Direto de Mossoró, no Rio Grande do Norte, a aluna do curso de Ciência e Tecnologia, Ekarinny, e o professor Felipe participaram do The Wall no Caldeirão deste sábado, 13/6, e levaram o segundo maior prêmio de todas as edições do quadro.
A dupla ganhou R$ 278.677 e promete investir parte da grana no registro e na viabilização de um projeto que cria um cateter, feito a partir do reaproveitamento da castanha-de-caju, e deve ajudar pacientes que fazem hemodiálise. Eles também desejam investir em um fundo de apoio à novas ideias de outros cientistas.
A história de Ekarinny
Anos atrás, a tia da Ekarinny faleceu por conta de uma infecção na corrente sanguínea causada por um cateter usado na hemodiálise. A partir daí ela resolveu investir na ciência para ajudar pessoas que dependessem do procedimento. A ideia foi produzir um cateter bioativo para prevenir infecções na corrente sanguínea. O quintal da casa dela foi transformado em um laboratório. Ela também participou de uma das maiores feiras de ciência do mundo e foi premiada com a sua criação.
“A castanha-de-caju tem essa propriedade que pode prevenir a infeção na corrente sanguínea”, explicou a estudante que disse que sua inspiração foi o quadro Jovens Inventores do Caldeirão.
“Foi assistindo à uma temporada que a menina fez uma bandeja biodegradável a partir da cana de açúcar que eu fiz meu primeiro projeto”, completou.
Ekarinny ainda disse que a paixão pelos estudos aflorou quando ela começou a participar de feiras de ciência.
“A gente que vem de família humilde acha que não pode ser cientista, mas podemos sim, e a prova está aqui”, explicou ela, que estudou a vida inteira em escola pública.
A estudante contou que depois que sua avó e sua mãe também faleceram, ela passou a morar com o tio. “Eu morava antes com a minha vó, ela cuidava do filho dela, que é meu tio e tem autismo. Hoje eu moro com ele, com meu irmão e com minhas primas”.