O número de empregos formais no setor de cultura caiu 22,2% no Rio Grande do Norte entre os anos de 2019 e o ano de 2020, período em que começou a pandemia da Covid.
É o que aponta o Mapeamento da Indústria Criativa do Brasil, divulgado neste mês de julho pelo sistema da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
De acordo com o mapeamento, o estado possuía 915 trabalhadores com carteira assinada na área da cultura em 2019. Esse número caiu para 712 no ano seguinte.
A média salarial de um profissional da cultura no estado foi de R$ 2.006 em 2020. No comparativo com o ano de 2019 (R$2.050), houve uma queda de 2,1%, e com 2018 (R$ 2.198), uma redução de 8,7%. A maior média salarial registrada em 2020 foi no RJ, de R$ 5,4 mil.https://6fbcc89b65526e09e43b3a19510ea3f3.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
O relatório do mapeamento analisa que a pandemia contribuiu para a queda de profissionais formais no setor em 2020.
“Em geral, os segmentos dessa área dependem diretamente da interação com o público e da promoção de eventos, não apenas para divulgação, mas para a própria exibição do produto oferecido para o consumidor final – sob isolamento social e restrições à mobilidade, criou-se uma ‘impossibilidade’”, diz o relatório.
“Além disso, se trata de uma área também bastante dependente de recursos públicos para promoção e produção de conteúdo”, complementa.
Cultura tem percentual de profissionais acima da média nacional
Apesar da queda no número de profissionais da cultura, o RN é o sexto estado do país com maior percentual de profissionais dessa área entre os segmentos da economia criativa.
O mapeamento da Firjan considera quatro áreas criativas: Tecnologia, Consumo, Mídia e Cultura – essa última a que mais sofreu retração no Brasil entre 2019 e 2020.
Áreas criativas e especificaçõesCulturaExpressões Culturais, Artes Cênicas, Música, Patrimônio e ArtesTecnologiaTIC, Biotecnologia, Pesquisa e DesenvolvimentoConsumoPublicidade e Marketing, Design, Arquitetura e ModaMídiaEditorial e Audiovisual
Fonte: Firjan
O RN tem 10,6% dos profissionais da economia criativa na área cultural, uma média acima da nacional, que é de 6,4%, de acordo com o mapeamento, que aponta o Nordeste como região de prevalência neste quesito.
Os estados acima no ranking são Bahia (12,2%), Paraíba (13,6%), Piauí (11,8%), Alagoas (11,4%) e Acre (11%).
O mapeamento aponta ainda que PIB criativo do estado – aliando os quatro segmentos – representou 0,8% do PIB total do RN em 2020. Essa é a sexta menor porcentagem entre as federações. Em 2019, esse percentual era de 1,1%.
Consumo, mídia e tecnologia
A área de consumo é a que mais acumula profissionais do setor criativo no Rio Grande do Norte. Ao todo, 40,1% dos trabalhadores do setor estão nesse segmento. Esse, no entanto é o 7º pior percentual entre as federações do Brasil, segundo a pesquisa.
Ao todo são, o estado tinha 2.707 profissionais da área em 2020, praticamente o mesmo número de 2019, quando eram 2.716. A média salarial é de R$ 4.103.
O setor de tecnologia tem 34,2% dos profissionais da economia criativa do estado, sendo a segundo maior parcela entre os quatro segmentos. No Brasil, essa porcentagem é a 10ª pior.
Em 2020, segundo o mapeamento, o RN tinha 2.999 profissionais de tecnologia, um a mais apenas que em 2019. O salário médio era de R$ 8.885.
Já a área de mídia é representada 14,8% dos profissionais da economia criativa no RN, o 11º maior percentual no Brasil entre as federações.
O segmento também sofreu com uma retração de profissionais entre 2019 e 2020, com uma queda de 22,9%. O estado tinha 1.291 profissionais formais e teve uma redução para 996. O salário médio em 2020 foi de R$ 2.614.