O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar a correção da meta climática brasileira na Cúpula da Ambição Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre na próxima 5ª feira (20.set), em Nova York, nos Estados Unidos. O compromisso foi aprovado pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), que se reuniu pela primeira vez no último dia 14.
A correção acontece porque, em 2020, o governo Bolsonaro mudou a base de cálculo da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), responsável por determinar a redução da emissão de gases de efeito estufa até 2030. Pela “pedalada climática”, o Brasil chegaria em 2030 emitindo 1,6 bilhão de toneladas líquidas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) — 400 milhões a mais do que na meta original.
A mudança foi considerada ilegal pelo Acordo de Paris, que determina que as NDCs podem ser atualizadas apenas para aumentar a ambição e não para diminuí-la.
Em 2021, o Brasil apresentou na conferência do clima de Glasgow uma segunda atualização da NDC, aumentando de 43% para 50% o percentual de redução de emissões para 2030. A mudança reduziu, mas não eliminou a pedalada, permitindo ao Brasil emitir 73 milhões de toneladas a mais do que o inicialmente previsto. A correção anunciada agora retoma a ambição de 2015 e aponta o corte de 1,2 bilhões de toneladas de CO2e até 2030.
“A gente está assumindo que aquilo que estava escrito no anexo da NDC original, uma emissão de 1,3 bilhão de toneladas [de CO2 equivalente] em 2025 e de 1,2 bilhão em 2030, é o que vale. O piso em termos de ambição está dado, e a partir daí vamos construir a nova NDC, que logicamente será mais ambiciosa do que isso”, disse Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
SBT News