Saúde

Primeira dose de vacina reduziu o risco de internação por Covid-19 em até 94% na Escócia

Os pesquisadores alertaram, entretanto, que os índices diferentes para cada uma das vacinas não permitem fazer uma comparação entre elas

Um estudo preliminar feito na Escócia apontou que pessoas que receberam a primeira dose das vacinas de Oxford/AstraZeneca ou da Pfizer/BioNTech tiveram seu risco de internação por Covid-19 reduzidos em 94% e 85%, respectivamente, entre 28 e 34 dias após a vacinação.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (22), mas ainda não foram validados por outros cientistas e nem publicados em revista.

A análise mostrou que, entre os pacientes com 80 anos de idade ou mais, a vacinação foi associada a uma redução de 81% no risco de hospitalização pela doença no mesmo período depois do recebimento da primeira dose. Esse dado considera tanto os pacientes que receberam a vacina de Oxford quanto a da Pfizer.

Os pesquisadores alertaram, entretanto, que os índices diferentes para cada uma das vacinas não permitem fazer uma comparação entre elas.

O estudo

Os cientistas, de cinco universidades escocesas e do sistema público de saúde do país, analisaram dados de toda a população da Escócia – de 5,4 milhões de pessoas – entre 8 de dezembro e 15 de fevereiro. Nesse período, 1,14 milhões de doses foram aplicadas; 21% da população recebeu uma primeira dose. Cerca de 650 mil pessoas receberam a vacina da Pfizer e 490 mil, a de Oxford.

Em uma entrevista coletiva, o pesquisador Aziz Sheikh alertou que os resultados são preliminares, ainda a serem analisados por cientistas independentes, mas acrescentou: “estou muito esperançoso. Agora temos indícios nacionais de que a vacinação oferece proteção contra hospitalizações por Covid-19”.

Ele disse acreditar que países usando as mesmas duas vacinas e uma estratégia semelhante – como Inglaterra e País de Gales, por exemplo – deverão ver um resultado parecido na redução do número de pessoas hospitalizadas com a Covid.

O Reino Unido já aprovou 3 vacinas contra a Covid-19: a primeira foi a da Pfizer, no início de dezembro, seguida pela de Oxford, no final do mesmo mês, e, por último, a da Moderna, no início de janeiro. Esta última ainda não começou a ser aplicada.

Alerta

O estudo também apontou, entretanto, que, depois de quatro semanas, a redução nas hospitalizações foi diminuindo entre grupos vacinados e não vacinados.

A partir de 42 dias ou mais depois da primeira dose, por exemplo, a redução nas hospitalizações entre o grupo vacinado e não vacinado foi de 64% na vacina da Pfizer. Para a de Oxford, não havia dados disponíveis, porque ela começou a ser aplicada apenas em janeiro.

Os cientistas pontuaram que ainda era cedo para saber se a proteção oferecida após uma única dose da vacina diminuía depois de um mês. Eles alertaram que mais evidências eram necessárias.

O Reino Unido adotou uma política de aplicar a primeira dose das vacinas na maior quantidade possível de pessoas. O comitê científico do país recomendou que a segunda dose da vacina de Oxford seja aplicada de 4 a 12 semanas depois da primeira e a da Pfizer, de 3 a 12 semanas. No domingo (21), o governo britânico anunciou que todos os adultos do país receberão a primeira dose até 31 de julho.

No Brasil, a vacina de Oxford está sendo aplicada com 12 semanas de espaçamento entre as doses. O imunizante da Pfizer ainda não foi aprovado no país.