O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder da China, Xi Jinping, se reuniram nesta semana na Califórnia, com o objetivo de diminuir as tensões entre as duas superpotências.
“O planeta Terra é grande o suficiente para que os dois países tenham sucesso”, disse Xi à imprensa antes de iniciar a aguardada cúpula, na qual se esperava que temas espinhosos como Taiwan, sanções e comércio fossem abordados. “Desde que se respeitem mutuamente, coexistam em paz, serão totalmente capazes de superar suas diferenças”, acrescentou Xi, através de um tradutor.
“Dar as costas não é uma opção”. Segundo líder norte-americano, houve um progresso real no encontro. “Valorizo a conversa que tive com o presidente Xi”, disse Biden na rede X, antigo Twitter. “E hoje alcançamos um progresso real”. Em seu primeiro encontro tête-à-tête em um ano, ambos os líderes defenderam a redução das tensões entre Estados Unidos e China.
Biden e Xi caminharam durante a reunião pelos exuberantes jardins da propriedade Filoli, uma opulenta mansão a cerca de 40 quilômetros de San Francisco, onde está ocorrendo esta semana a reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), do qual ambos os países são membros. Ao final do encontro, que durou cerca de quatro horas, segundo a Casa Branca, Biden disse que as conversas transcorreram “bem” e mostrou os polegares para cima para os jornalistas, enquanto Xi acenava.
“O senhor e eu lideramos as relações entre China e Estados Unidos (…) Espero ansiosamente por um intercâmbio aprofundado”, disse a Biden, que falou em seguida. “Senhor Presidente, nos conhecemos há muito tempo. Nem sempre concordamos (…) mas nossas reuniões sempre foram francas e diretas”, disse Biden. É “essencial que nos entendamos verdadeiramente, de líder para líder”, destacou o presidente americano.
Apesar do positivismo, Xi Jinping, alertou que os Estados Unidos devem “parar de armar Taiwan”, mas concordou sobre o restabelecimento da comunicação direta entre seus respectivos exércitos, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês e um veículo de mídia estatal chinês.
“O lado americano deveria (…) parar de armar Taiwan e apoiar a reunificação pacífica da China”, disse Xi, segundo um resumo da chancelaria chinesa sobre a reunião entre os dois líderes na Califórnia. “A China conseguirá a reunificação, e isso é inevitável”, acrescentou Xi sobre o futuro desta ilha com um governo autônomo e democrático, que Pequim considera um território a ser recuperado.
Os líderes “concordaram em retomar, com base na igualdade e no respeito, a comunicação de alto nível entre os exércitos” nesta quarta-feira, disse a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Eles também concordaram em iniciar conversas entre os dois governos sobre o uso de inteligência artificial e estabelecer um grupo de trabalho de cooperação contra drogas, disse a Xinhua. Xi disse ao seu interlocutor que a China não pretende “superar ou derrubar os Estados Unidos” e destacou que “os Estados Unidos não devem conspirar para suprimir e conter a China”.
“A China não seguirá o antigo caminho da colonização e pilhagem, nem seguirá o caminho errado da hegemonia quando um país se torna forte”, disse Xi, segundo a Xinhua. O líder chinês também repreendeu Biden pelas medidas e sanções tomadas pelos Estados Unidos contra o gigante asiático e suas empresas. “As ações americanas contra a China em relação ao controle de exportações, supervisão de investimentos e sanções unilaterais prejudicam gravemente os interesses legítimos da China”, disse. “Sufocar a ciência e a tecnologia da China é frear o desenvolvimento chinês de alta qualidade e privar o povo chinês de seu direito ao desenvolvimento”, acrescentou.
*Com informações da AFP