Após tomar conhecimento do Concurso Nacional de Redação, promovido pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e realizar uma pesquisa sobre as contribuições dessa disciplina para o desenvolvimento sustentável e soberano do Brasil, a estudante Lívia Araújo dos Santos, de 16 anos, escreveu uma redação e, com ela, conquistou o primeiro lugar na categoria “Estudantes da Rede Pública de Ensino”.
O tema proposto se dividia em duas partes: a contribuição da Química para o desenvolvimento sustentável e para o desenvolvimento soberano do Brasil. Sobre a temática da sustentabilidade, a estudante argumentou acerca da Química Verde, que “se preocupa em reduzir possíveis danos químicos ao ambiente, reduzir substâncias nocivas para a natureza e para o homem”, explicou Lívia. Ela conta que achou o tema interessante, importante e que deveria ser discutido, “especialmente num momento tão ligado à Ciência, como o que a gente está”, disse.
Já na questão sobre a contribuição para a soberania do país, a estudante – do Curso Técnico em Alimentos do Campus Currais Novos – ressaltou que a indústria química é a base para as demais indústrias brasileiras. Segundo a jovem, isso se deve aos insumos provenientes da Química, “por exemplo, o suporte que ela dá para a biotecnologia e para a nanotecnologia”. Em seu processo de preparação, a estudante contou com a orientação do professor Rafael Ventura. O docente comemora a conquista da estudante: “A gente tenta incentivar bastante os alunos para participar desse tipo de evento, por crer no sucesso deles. Ganhar é muito legal, mas o importante é participar”.
Além da Etapa Nacional, a estudante, natural de Jardim do Seridó, a 255 quilômetros de Natal, ficou em primeiro lugar na Etapa Regional da Região Nordeste, com a redação intitulada “Química, desenvolvimento e sociedade”.
Química de um lado, leitura e escrita de outro
O primeiro contato da estudante com os conhecimentos químicos aconteceu no nono ano do Ensino Fundamental. A partir daí, ela passou a estudar sobre o assunto, tanto por questões acadêmicas quanto por interesse pessoal. A jovem conta que a Química tornou-se cada vez mais presente no Curso Técnico em Alimentos, por isso, “é muito importante continuar se aprofundando nesse âmbito”.
O que também segue cativando Lívia é o hábito de ler e escrever. “A partir do momento em que você começa a ter contato com a leitura e com a escrita, você passa a ter uma visão mais clara e crítica do mundo. Então, é de fundamental importância ter esses elementos para compreender o mundo ao seu redor”, destaca. Para o futuro, a jovem revela ainda não ter certeza de qual carreira deseja seguir, mas afirma que a escrita chama sua atenção. “Espero que ela esteja bem presente na minha futura profissão”, finalizou.
Pais: inspiração e fãs número um
Lívia, desde cedo, mantém um relacionamento íntimo com os livros e com a leitura, hábito herdado pela mãe, professora. Por volta dos cinco de idade, a “Livinha”, como era e ainda é chamada pelos pais, já admirava a estante de sua mãe, repleta de livros. “Despertava bastante minha curiosidade. Sempre pegava alguns [livros] infantis que ela [sua mãe] usava para dar aula”, lembra. A pequena Lívia cresceu, e, com ela, sua relação com a leitura. O gosto pela escrita veio junto. E foi esse gosto que a fez produzir a redação do Concurso. “No primeiro momento, nem passou pela minha cabeça chegar até aqui”, revelou.
Lívia mora com seus pais e seu irmão mais novo. Quando ainda não sabia ler, sua mãe, Zulmira Maria de Araújo, professora da rede pública, lhe contava histórias. Um tempo depois, “Livinha” já estava independente em suas leituras, mas recorda que o incentivo da mãe “teve um peso enorme” em sua relação com as palavras. “Eu me inspiro muito nela, que sempre lutou e continua lutando pelos seus sonhos”, declarou a estudante.
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