Seridó

Projeto do IFRN “Queijo de manteiga tradicional do Seridó – RN” será desenvolvido a partir do Campus Currais Novos

Projeto do IFRN é 1º lugar em chamada pública do MEC

O projeto terá início em fevereiro de 2022 e doze meses de execução

Na tarde da sexta-feira, 7/1, foi divulgado o resultado da Chamada Pública/Edital nº 63/2021 para seleção de projetos de promoção às Indicações Geográficas, iniciativa da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC). O IFRN foi contemplado, em 1º lugar com 82,5 pontos, com a aprovação do projeto intitulado “Queijo de manteiga tradicional do Seridó – RN”.

Sob a coordenação da professora Ítala Mesquita, docente no Campus Currais Novos, o projeto foi contemplado no Eixo II, que trata de estruturação de Indicações Geográficas, e será desenvolvido através de atividades de Pesquisa, Inovação e Extensão junto aos produtores da iguaria seridoense em parceria com a Agência do Desenvolvimento Sustentável do Seridó (Adese).

Além da professora Ítala, a equipe conta com a participação do técnico Ramon Araújo, do professor Saint Clair Lira e das estudantes Júlia Dantas, do curso técnico em Alimentos, Ianne Macedo e Érica de Souza, ambas do curso em Tecnologia em Alimentos, além de colaboradores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Norte (Sebrae/RN). “As Indicações Geográficas (IG) agregam valor, contribuem para o desenvolvimento e a valorização da produção regional e garantem ao consumidor a procedência e qualidade, indicando que se trata de um produto genuíno, que traz consigo especificidades de seu local de origem”, disse Ítala. O projeto terá início em fevereiro deste ano e doze meses de execução.

A ação de gestão do projeto tem como objetivo monitorar o acompanhamento e execução de atividades básicas: a sensibilização para IG, o apoio a organização dos produtores, a qualificação dos produtores inseridos na área delimitada – a Região Seridó – e organizar a articulação das instituições parceiras. O público-alvo deste projeto serão unidades produtoras de queijo de manteiga já identificadas, podendo abranger outros produtores que se disponham a elaborar/resgatar o processo de produção do queijo tradicional e desejem formar uma rede colaborativa para apoiar as ações de desenvolvimento regional.

Segundo informações do projeto selecionado, para trabalhar a organização dos produtores tradicionais serão realizadas oficinas de associativismo com exemplos de potenciais benefícios a partir de ações associativas, como compras conjuntas de insumos, embalagens e propaganda, além de reuniões sobre a formação jurídica/legislação de associativismo, registro do estatuto, funcionamento de associações e o tratamento junto às receitas estadual e federal. “Com o objetivo de sensibilizar os produtores de queijos tradicionais, serão realizadas reuniões para falar sobre a importância de proteger o nome geográfico e o saber fazer tradicional bem como os impactos econômicos, sociais e ambientais da indicação geográfica”, descreve a proposta selecionada.

Queijo Manteiga

O queijo de manteiga é um produto único e típico do Nordeste brasileiro, não existindo em outro lugar do mundo. Na região do Seridó ele constitui-se como um símbolo da culinária local, cujas características e sabor peculiar deram notoriedade e reconhecimento dentro do território potiguar e em outros estados do Nordeste. “Apesar de ser um produto de tão estimado valor cultural ao longo dos anos, a cadeia produtiva vem enfrentando alguns problemas, como a ausência de integração e articulação entre os produtores, a formalização da unidade de produção nos órgãos fiscalizadores e principalmente as fraudes por uso de ingredientes como óleo de soja, margarina, farinha de trigo e araruta no processamento do queijo de manteiga. Portanto, a aprovação deste projeto será um grande passo para o fortalecimento desta importante atividade econômica, no sentido de valorizar sua existência e permanência, bem como evitar a descaracterização do produto, que constitui um dos símbolos da identidade cultural do povo seridoense”, disse João Teixeira, diretor de inovação tecnológica do IFRN.

O projeto ainda prevê a promoção de dois seminários, um virtual e outro presencial, sobre as Indicações Geográficas, já que se trata de uma temática bem recente na realidade potiguar e uma completa desconhecida para a maioria da população. Serão realizadas, ainda, capacitações nas instalações do Centro de Tecnologia do Queijo, unidade do CampusCurrais Novos do IFRN para os produtores de queijo e multiplicadores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Emater, tanto com aulas teóricas quanto práticas na usina. Umas dessas capacitações será voltada às Boas Práticas de Fabricação.