O Governo do Estado, por meio da SETHAS, deve divulgar os resultados do primeiro Censo da População em Situação de Rua no Rio Grande do Norte, em julho. Os dados preliminares de 41 municípios mapeados apontam que no Estado há cerca de 2 mil pessoas em situação de rua.
A aplicação de questionários na capital, município com maior número de pessoas nesta situação, deve ser concluída até final de maio. Em julho próximo serão concluídas a tabulação e análises dos dados e divulgado o resultado final.
O Projeto de Pesquisa e Inovação “Promoção dos direitos da população em situação de rua no Rio Grande do Norte: diagnóstico e intervenção nos caminhos de inovação no Sistema Único de Assistência Social”, mais conhecido como Censo da População em Situação de Rua, foi iniciado em julho de 2021 com a contratação de pesquisadores-bolsistas para sua execução.
A contratação dos bolsistas foi feita por processo de seleção pública, uma parceria da SETHAS com Fapern e o Instituto Kennedy, que realizaram um ciclo de formação interdisciplinar sobre o público-alvo para o trabalho de pesquisa. Em dezembro de 2021, foram iniciados os trabalhos de campo.
A base de dados do Cadastro Único, com 1.120 pessoas identificadas como em situação de rua foi o parâmetro para o início da pesquisa que, com os dados preliminares, apontam uma divergência com os números até então conhecidos.
De 167 municípios o mapeamento da SETHAS, com participação das secretarias municipais de assistência social, do Movimento Nacional da População em Situação de Rua no RN, do Serviço de Assistência Rural e Urbano (SAR) , chegou ao dado que no Estado, há 41 municípios com população em situação de rua, com predominância em Natal e a região do Trairi.
Os questionários têm 78 questões que são aplicadas pelos pesquisadores e respondidas pelas pessoas em situação de rua. Na prévia divulgada pela SETHAS é possível adiantar que a maioria é do sexo masculino, e se autoidentificam como pretos e pardos, na faixa etária de 18 a 59 anos com baixa escolaridade.
Como parte dos resultados até agora levantados, a pesquisa revela que para a população pesquisada, entre os motivos pelos quais se encontram em situação de rua, estão conflitos e fragilidades nos vínculos familiares, separação conjugal, morte de parantes e uso abusivo de drogas.
DINÂMICA
No início das atividades, a equipe de pesquisadores-bolsistas passou por um processo formativo interdisciplinar sobre o tema que envolveu também diálogos com representantes do Movimento Nacional da População em Situação de Rua. Esta etapa foi importante contribuir na definição do conceito de população em situação de rua adotado no estudo.
Para a pesquisa, com base no conceito, pessoas em situação de rua são aquelas que utilizam espaços públicos ou moradias não-convencionais (a exemplo de prédios abandonados) como local de dormida. Além disso, também são incluídas pessoas que habitam moradias de caráter provisório, a exemplo de unidades de acolhimento institucional e comunidades terapêuticas.
A área de abrangência da pesquisa foi definida com base na técnica de triangulação de dados na qual foram utilizados as seguintes fontes: Cadastro Único, gestores municipais, trabalhadores do SUAS, comunidades terapêuticas, em alguns casos, equipes do consultório na rua.
Município do RN com presença de população em situação de rua:
Macaíba
São Gonçalo do Amarante
Extremoz
Ceará Mirim
Brejinho
Montanhas
Touros
Caiçara do Norte
Poço Branco
Pureza
Canguaretama
Jardim de Angicos
São Miguel do Gostoso
Nísia Floresta
São José de Mipibu
Tibau do Sul
Vera Cruz
Nova Cruz
Serra Caiada
Guamaré
Macau
Afonso Bezerra
Angicos
Caicó
Acari
Carnaúba dos Dantas
Jardim do Seridó
Parelhas
São Fernando
Pau dos Ferros
Apodi
Patu
Umarizal
Mossoró
Grossos
Areia Branca
Serra do Mel
Carnaubais
Pendências
Parnamirim
Carnaúba dos Dantas
Cruzeta
Assu
Natal