Coronavírus

Setor de serviços tem queda recorde de 6,9% em março

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, é possível que o comportamento dos serviços permaneça negativo pelo menos até setembro

Com o fechamento obrigatório de diversos estabelecimentos de serviços não essenciais a partir da segunda metade de março em decorrência das medidas de isolamento para conter o avanço do coronavírus, o volume de serviços prestados no mês teve queda recorde de 6,9% no mês na comparação com fevereiro. O resultado é o pior da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011, superando até a taxa de -4,8% de maio de 2018, durante a greve dos caminhoneiros.

A taxa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 12, veio pior que a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de queda de 6% no volume de serviços em março ante fevereiro. Em fevereiro o setor já havia recuado 1%

“A paralisação dos serviços não essenciais no final do mês de março provocou uma redução abrupta na receita do setor, especialmente nos segmentos de turismo, alimentação, eventos e lazer em geral. A retração deverá ser ainda mais intensa em abril, em que as medidas de isolamento já eram vigentes desde o início do mês”, resume, em nota, a MCM Consultores, que projetava contração de 5,5% em março.

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, é possível que o comportamento dos serviços permaneça negativo pelo menos até setembro. Ele projeta retração de 32,8% no volume de serviços prestados em 2020. A Austin Rating está em processo de revisão de sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, mas trabalha provisoriamente com a expectativa de queda de 4,3%.