Com a malha aérea fortemente afetada pela pandemia da covid-19, a Gol reportou no primeiro trimestre de 2020 prejuízo líquido de R$ 2,261 bilhões ante lucro líquido de R$ 35,2 milhões em igual período de 2019. Esses dados não incluem a participação minoritária da Smiles.
A empresa divulgou números não auditados nesta segunda-feira, 4, uma vez que os auditores independentes contratados para fazer a avaliação do balanço pediram mais prazo. A expectativa é que os dados auditados, segundo a Gol, sejam publicados no próximo dia 15.
A companhia afirmou que terá caixa suficiente para passar a turbulência da pandemia do coronavírus até o fim do ano, “assumindo que não teremos uma piora nas condições do mercado”. A conta da Gol leva em consideração uma queima de caixa de R$ 9 milhões por dia para o segundo semestre de 2020.
No documento divulgado pela empresa, em que o foco deveria ser o período de janeiro a março, as estimativas para os desafios do segundo trimestre se sobressaíram. Esses números, destacou a empresa, não incluem os R$ 3 bilhões que a empresa deve receber pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na linha de crédito prometida pelo governo para proteger a liquidez das aéreas de maior porte.
Segundo a Gol, uma série de iniciativas ajudará a empresa a manter seu nível de liquidez em torno de R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre. “O acionista controlador (que possui 60% de participação) não reduziu suas participações acionárias e também não indicou possíveis novas infusões de capital”, disse.
Diante da crise com a pandemia, a Gol disse estar trabalhando intensamente para reduzir sua queima de caixa, que estava na casa dos R$ 22 milhões por dia no fim de março. A estimativa da empresa era de fechar o segundo trimestre com queima de caixa por dia na casa dos R$ 12 milhões.