A Associação das Pessoas Acometidas com lúpus (Apales) entrou com ação judicial contra o Estado do Rio Grande do Norte para que os pacientes diagnosticados com a doença possam receber o medicamento de hidroxicloroquina.
Além da doença, o remédio é indicado para outras enfermidades autoimunes e, na falta dele, a vida dos pacientes correm riscos de piorar o quadro e até ir a óbito. Segundo a presidente da entidade, Jakeline Dionísio, três pessoas morreram e uma ficou cega no estado nesse período em que o medicamento está em falta.
O remédio deveria ser fornecido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) por meio da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), mas segundo o advogado da Apales, Renato Dumaresq, isso não vem acontecendo. “Mesmo com a concessão da ordem judicial para que forneça o medicamento, o estado não fornece. Foram mais sete despachos ordenando, além da ordem judicial, para que o secretário de saúde fornecesse a medicação e até hoje a gente está aguardando”, disse ele.
Maria, paciente com lúpus, disse em reportagem da TV Tropical, que ficou sem medicação por dois meses, as plaquetas foram a 9 mil e ela teve que ser internada. “A gente não está reivindicando o que é deles, a gente tá reivindicando o que é nosso por direito”, desabafou.
Em caso de descumprimento da ordem judicial o advogado disse que irá recorrer em segunda instância. “A gente vai ter que apelar ao Tribunal, para que, em um segundo grau, em segunda instância, a gente tenha uma ordem de um desembargador.”
As dificuldades aumentaram com a pandemia, segundo Jakeline, “depois da pandemia o remédio triplicou o valor e a gente não encontrava em farmácia alguma. Muitos pacientes sofreram, assim, prejuízos imensuráveis em sua saúde, teve até uma das meninas que ficou cega devido a falta de medicação”.
Em nota, a Unicat respondeu à produção da TV Tropical e disse que está “Tramitando o processo de aquisição do medicamento de hidroxicloroquina para o tratamento do lúpus e outras doenças autoimunes e não para pessoas com suspeita ou confirmadas com a covid-19”.