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Ignorada por Bolsonaro, TV religiosa vai atrás de PT e PSDB

Seu presidente, João Monteiro de Barros, chegou a declarar que Bolsonaro era “a grande esperança”

Em junho passado o “Estadão” mostrou com exclusividade que uma “liga” de TVs católicas havia iniciado um movimento para oferecer apoio ao presidente Jair Bolsonaro. À frente dessa “liga” estava a Rede Vida, maior TV católica do país e a quarta maior rede do país.

Seu presidente, João Monteiro de Barros, chegou a declarar que Bolsonaro era “a grande esperança” e cobrou “investimentos” do governo (leia-se gastos publicitários) em sua emissora. Foi oferecido apoio em uma “live” com Bolsonaro, e que contou com a participação da Vida e um punhado de outras emissoras católicas.

Não foi uma tática coletiva das TVs católicas, porém. A TV Aparecida, por exemplo, não endossou e tampouco participou da manobra. Os midiáticos se deram mal duas vezes: primeiro foram desautorizados por lideranças da própria Igreja Católica a falar em nome dela; a manobra caiu mal junto aos próprios fiéis.

Além disso a iniciativa não vingou dentro do próprio governo, pois foi bombardeada por parlamentares da bancada evangélica no Congresso. Líderes evangélicos (muito ouvidos por Bolsonaro) também passaram a atacar a proposta. Lembraram que, historicamente, essas emissoras apoiaram os petistas, entre outras coisas. Monteiro de Barros e outros daquele grupo acabaram entendendo que do governo do “terrivelmente evangélico” Bolsonaro não deve sair nada, então eles passaram a planejar o próprio futuro.

Ricardo Feltrin