Rio Grande do Norte

Governadora faz balanço de 2020 em entrevista à TV Tropical

A governadora informou que a infraestrutura para receber as vacinas está pronta

Ao avaliar as ações do governo estadual, a governadora Fátima Bezerra disse em entrevista à TV Tropical no Natal, que o Estado de Calamidade decretado em março no Rio Grande do Norte foi necessário dado ao cenário que a rede hospitalar se encontrava diante de uma doença com características que ela chamou de perigosas e complexas. 

Fátima disse que naquele momento todo o governo se voltou em uma força-tarefa no enfrentamento da doença. A situação, segundo a gestora, era de “um SUS totalmente colapsado, sucateado, tanto é que nós tínhamos leitos de UTI que estavam fechados há quatro, cinco, seis anos, judicializados”. 

Lembrou das críticas recebidas ao desistir do hospital de campanha, acreditando ter sido assertivo investir na rede hospitalar já existente.  A rede conta com mais de 600 leitos criados ou ativados neste ano. “Se revelou como a estratégia mais correta, mais saudável porque nós investimos no próprio SUS. Os leitos serão revertidos para assistência geral. “São um legado para o povo do Rio Grande do Norte para melhorar a assistência à saúde”. 

Todas as ações, a governadora acredita que foram necessárias na contenção do contágio da doença. Ela reconhece que mesmo as medidas mais duras foram por necessidade. O número de casos voltou a subir no Rio Grande do Norte entre setembro e dezembro. Especialistas até chamam de uma segunda onda. “Hoje nós estamos numa situação bem menos difícil do que foi exatamente no início”. Mas ela lembra que é preciso manter as medidas de proteção sanitária e pede à população que faça a sua parte, que os municípios também a façam, naquilo que, no entender da gestora, é não se aglomerar, usar máscaras. A esperança de retorno à normalidade está na vacina.

Vacina efetivamente é aquilo que vai trazer a condição mais segura de a gente voltar à normalidade. Para tanto, ela assegura que o estado está pronto. “Estamos preparados, estamos investindo mais de 8 milhões de reais na aquisição de seringas, de agulha, as câmaras de frio. Nós vamos ter central de armazenamento e distribuição dessas vacinas, não só em Natal, mas em todas as unidades regionais do estado. De forma que nossa luta tem sido para que o governo federal agilize o plano nacional de imunização”.

Sobre o Plano de Imunização Nacional por qual lutaram os governadores, ela explicou como se deram as tratativas entre os gestores estaduais e o governo federal. “Fomos lá cobrar do presidente da república, do Ministério da Saúde, que eles assumissem o papel deles que é exatamente coordenar o plano nacional de imunização. Até porque é impossível você pensar em um país de dimensão continental como o Brasil, você ter uma vacinação em massa sem ter uma estratégia unificada a nível nacional”. 

Depois de reuniões em três semanas seguidas com o governo federal, o anúncio do plano nacional de imunização foi feito pelo Ministério da Saúde. “Nós esperamos que esses compromissos assumidos pelo governo federal sejam efetivamente cumpridos”

A governadora informou que a infraestrutura para receber as vacinas está pronta. No grupo prioritário do governo federal estão os profissionais de saúde e pessoas acima de 70 anos, mas a governadora defende que os setores de segurança e educação também sejam contemplados no primeiro momento. 

As escolas devem voltar a partir do dia 1º de fevereiro. Segundo a governadora, foram investidos mais de R$12 milhões na preparação de biossegurança, pensando nesse retorno escolar, após um ano de paralisação das atividades presenciais. Embora tenham tido atividades remotas, com aulas sendo transmitidas via TV aberta, em todos os alunos têm acesso, reconheceu Fátima. “Você tem uma parcela da população que não tem acesso à internet”.