Diversos

RN: Sistema penitenciário produz mudas para a agricultura familiar

Toda mão de obra utilizada foi carcerária, utilizando internos da Penitenciária Mário Negócio qualificados em cursos de pedreiro ministrados pela Senai.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Administração Penitenciária (SEAP), da Secretaria de Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE) e da Emater, e com apoio da Vara de Execuções Penais de Mossoró (VEP), produzirá milhares de mudas no sistema prisional para serem doadas a agricultores que tiveram os cajueiros dizimados pele seca. As primeiras dez mil mudas serão produzidas nos próximos 120 dias.

O pontapé inicial do projeto “Cultivando a Cidadania” foi dado nesta quinta-feira (28), na Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró, com a participação de 20 internas e o plantio do primeiro canteiro de castanhas de caju. O secretário da Administração Penitenciária, Pedro Florêncio Filho, explica que as voluntárias estão sendo capacitadas pela Emater e, a cada três dias na lavoura, um será remido da pena.

Secretário da SAPE, Guilherme Saldanha, é um entusiasta do projeto. As mudas sairão da penitenciária diretamente para as mãos de agricultores familiares que necessitam das políticas públicas. O projeto não tem fins lucrativos e as mudas serão distribuídas de forma gratuita.

A SAPE forneceu uma tonelada de sementes de cajueiro gigante, insumos para o plantio e orientações técnicas. Após o enxerto, explicou o secretário, serão produzidas mudas de diversos tipos de caju, tanto para corte como para a castanha. A juíza Cinthia Cibele, da VEP da Comarca de Mossoró, contribuiu com recursos arrecadados de prestações pecuniárias para a construção da estufa com mil metros quadrados. Toda mão de obra utilizada foi carcerária, utilizando internos da Penitenciária Mário Negócio qualificados em cursos de pedreiro ministrados pela Senai.


O extensionista da Emater, Marcos Fábio, falou no lançamento do projeto que os ensinamentos prestados as internas da Mário Negócio selam com louvor sua carreira de 40 anos de serviço público. Ele explicou que o caju precoce rende duas safras ao ano. As internas foram selecionadas pela SEAP de acordo com critérios de bom comportamento, baixa periculosidade, aptidão física e vontade de trabalhar.

A interna Aline Ionara é uma das mais motivadas com o trabalho. “Isso é uma oportunidade que estamos tendo onde menos se esperava. Muito feliz em aprender um novo trabalho e já sonho com dias melhores”, disse. Todo trabalho é acompanhado pelos policiais penais da Mário Negócio. A SEAP e a SAPE planejam diversificar e ampliar a oferta de mudas em uma segunda fase do programa. Um projeto para a produção de tilápias em viveiros também é estudado pelas pastas.