Por meio de plataforma streaming, em ambiente virtual, ganha projeção o festival de cinema acolhedor que tenta diminuir a segregação e preconceito contra os grupos de matriz afro indígena. O Cine Terreiro acontece em sua primeira edição online, com estreia nessa sexta-feira (09), e reúne 16 curtas-metragens selecionadas entre os 117 filmes inscritos de todas as regiões do país.
“Os filmes abordados no Cine Terreiro trazem linguagens artísticas que possuem alguma relação em seu enredo com a espiritualidade exercida em terreiros de herança afro-indígena no Brasil, tratando do respeito e pertencimento às culturas que envolvem mito, religiosidade e cultura de terreiros”, explica Rodrigo Sena, idealizador do festival.
O Cine Terreiro segue até o dia 18 de abril na página cineterreiro.com.br e conta com três mostras, sendo duas competitivas e uma paralela. A Mostra Mar é a mostra competitiva principal do festival, reunindo filmes finalizados a partir de 2018. Nessa mostra os 08 (oito) curtas-metragens estarão concorrendo ao Prêmio Cine Terreiro (PRÊMIO OÑA), de R$ 2.000,00 para o filme vencedor.
Já a Mostra Grão é direcionada a realizadores iniciantes, acolhendo diretores que estejam realizando seu primeiro curta ou diretores que estejam vinculados a alguma instituição de ensino. Nessa mostra os 08 (oito) curtas-metragens estarão concorrendo ao Prêmio Cine Terreiro (PRÊMIO OÑA), de R$ 1.000,00 para o filme vencedor.
Além dos prêmios para os filmes vencedores, o festival distribuirá cachê de R$ 200,00 para cada filme selecionado O Cine Terreiro também contará com a mostra paralela Mata traz longas-metragens convidados pela curadoria e produção do festival.
A programação contará também com as oficinas “Ebó Ejé – uma introdução ao Cinema Brasileiro em sua relação com as religiões de matriz africana”, com Ewerton Belico, e “Cinemando – Teoria & Prática”, com Kennel Rógis. A proposta é impulsionar o olhar crítico das pessoas para leitura do audiovisual, como também incentivar o surgimento de novos realizadores. Além das oficinas, o Festival promoverá duas lives de bate-papos com os realizadores e realizadoras das Mostras Competitivas.
O homenageado da primeira edição do Festival Cine Terreiro será Tiganá Santana, compositor, cantor, instrumentista, poeta, produtor musical, diretor artístico, curador, pesquisador, professor e tradutor, natural de Salvador (Bahia).
Os terreiros de matriz afro-indígena mapeados na base territorial da região metropolitana de Natal também serão homenageados, tendo prioridade nas atividades durante o evento, contando com um percentual de vagas exclusivas para alunos nas oficinas, além da preparação de vídeos curtos de apresentação sobre cada uma das casas mapeadas. O Festival lançará um filme documentário TERREIRO DE CINEMA, dirigido por Rodrigo Sena, que apresenta um registro audiovisual realizado entre 10 (dez) casas espirituais (umbanda, candomblé, jurema e xamanismo) da grande Natal, revelando a situação como cada casa tem se adaptado e resistido ao período de pandemia.
O Cine Terreiro é realizado pela produtora Ori Audiovisual e ABOCA Audiovisual, com patrocínio da OÑA, Lei Aldir Blanc, Fundação José Augusto, Governo do RN, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, e apoio da Camará Filmes.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE FILMES DO CINE TERREIRO
MOSTRA MAR
Egum – Direção Yuri Costa
O Jardim Fantástico – Direção Fábio Baldo, Tico Dias
5 Fitas – Direção Heraldo de Deus e Vilma Martins
Inabitáveis – Direção Anderson Bardot
Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé – Direção Janaina Oliveira e Rodrigo Dutra
Adarrum – Direção Thomas de Freitas
Romana – Direção Helen Lopes
Mãtãnãg, A Encantada – Direção Shawara Maxakali e Charles Bicalho
MOSTRA GRÃO
Laroyê – Direção Rennan Peixe
O Atabaque na Minha Vida – Direção Jéssica Martins
Mestre Pai Iguaracy e a Jurema Sagrada – Direção Lucas Marinho
Folhas Miúdas: Infância em Terreiros – Direção Stela Guedes Caputo
Afro Amazônicos e Seus Símbolos – Direção Tainah Jorge
Princesa do Meu Lugar – Direção Pablo Monteiro
Espírito que Caminha – Direção Gabriela Barreto Daldegan
Nigiro: Meu Nome, Minha Ancestralidade – Direção Assaggi Piá
MOSTRA PARALELA MATA
O seu amor de volta (mesmo que ele não queira) – Direção – Bertrand Lira
As Cores do Divino – Direção – Victor Costa Lopes
Memórias Afro-Atlânticas – Direção – Gabriela Barreto
Cavalo – Direção – Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti
Encontro com Iemanjá para além dos Olhos – Direção – Bruno Vasconcelos