Quase três anos após o crime, dona Ozanete Dantas, mãe de Zaira Cruz, estudante que foi morta pelo namorado no Carnaval de Caicó de 2019, ainda espera que a justiça seja feita. Emocionada, ela relatou a aflição do aguardo pelo julgamento que pode condenar o acusado, o policial militar Pedro Inácio Araújo de Maria.
O réu segue preso. Em março deste ano, o juiz Luiz Cândido Villaça, da 3ª Vara de Caicó, decidiu que ele irá a júri popular. No entanto, desde então, o julgamento ainda não foi marcado. A demora na continuidade do processo preocupa dona Ozanete.
“Imploro para que a justiça seja feita. Tenho minha vida impedida de seguir adiante por causa dessa barbaridade cometida com minha filha. E esse crime segue impune. Eu me sinto impotente, sem saber o que fazer para que seja resolvido. Peço que esse julgamento seja o mais rápido possível”, declarou.
A mãe da jovem ainda acrescenta outra preocupação. “Sei que se ele for solto, ele vai fugir. Só quero justiça. Estou aqui implorando para que seja realizado, para que tudo termine como é para ser. Não entendo o porquê da demora”, pontuou.
Emocionada ao relembrar o caso, dona Ozanete chorou ao falar sobre a filha. “É como se o caixão da minha vida seguisse aberto. Como se eu não conseguisse levar minha vida à frente por causa disso. Sinto falta, sinto vontade de abraçar. Minha filha estava terminando uma faculdade. Ela mal bebia, não usava drogas. Ele simplesmente chegou matou, estuprou, assassinou minha filha”, disse.
Ela contou ainda que tudo mudou na vida desde que perdeu a Zaira. “Não durmo. Passei a tomar remédio para dormir. Na maioria das noites tenho pesadelo”, relatou.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte informou que a defesa do réu entrou com um recurso junto ao Tribunal contra a decisão da 3ª Vara de Caicó que entendeu que ele deve ser julgado pelo júri popular. No entanto, esse recurso ainda não foi julgado. Dessa forma, ainda não há definição de quando o júri será realizado.
O caso
Zaira Cruz tinha 22 anos quando foi assassinada, em 2 de março de 2019. Era sábado de carnaval. Ela foi encontrada sem vida dentro do carro do acusado. O veículo estava trancado e foi necessária a ação dos bombeiros para abrir o carro.
Duas semanas depois, Pedro Inácio foi preso. Ele foi considerado suspeito dos crimes de estupro e homicídio. A prisão aconteceu em Currais Novos, onde ele e vítima moravam. Mais duas semanas depois, a Polícia Civil concluiu que Zaira foi vítima de estupro e feminicídio.
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