A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou neste mês um levantamento que analisou a malha pavimentada nas rodovias federais e principais trechos estaduais em todo o país. No Rio Grande do Norte, a pesquisa apontou que 67,1% da malha rodoviária apresentam algum tipo de problema, sendo consideradas regulares, ruins ou péssimas.
Dessa forma, segundo o estudo, apenas 32,9% da malha são consideradas ótimas ou boas. Em relação ao país, os índices do RN são piores. No Brasil, 61,8% são consideradas regulares, ruins ou péssimas.
Se analisados apenas os pavimentos, a CNT considerou que 63,6% da extensão da malha rodoviária do estado avaliada apresentam problemas; e, por outro lado, 36,4% estão em condições satisfatórias.
Já no quesito sinalização, o RN tem 55,2% da malha rodoviária em condições regulares, ruins ou péssimas; 44,8% são ótimas ou boas; 7,3% estão sem faixa central e 14,1% não têm faixas laterais.
Já a geometria da via registra problemas em 73,1% da extensão da malha rodoviária e 26,9% estão ótimas ou boas. O estudo ainda mostra que as pistas simples predominam em 92,4%. A falta de acostamento está em 55,9% dos trechos avaliados. Além disso, 52,6% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.
Ao todo, o estado tem 26 pontos críticos. Nesses pontos, os buracos são maiores que um pneu.
A CNT indica que as condições do pavimento no estado geram um aumento de custo operacional do transporte de 32,6%. “Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos”, afirma o estudo.
Para recuperar as rodovias no Rio Grande do Norte, com ações emergenciais de manutenção e de reconstrução, o relatório indica que são necessários R$ 578,4 milhões.
Além disso, estima-se que haverá, até o final de 2021, um consumo desnecessário de 20 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária. “Esse desperdício custará R$ 88,24 milhões aos transportadores”, completa.
O diretor-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER-RN), Manoel Marques, afirmou que os problemas das rodovias estaduais vêm desde a construção.
“Infelizmente, para fazer isso é necessário reconstruir a estrada. São defeitos congênitos de quem construiu que a medida do possível o Estado tenta corrigir”, explicou.
“A vida útil de uma rodovia é de 10 anos. Se eu conseguir manter essa rodovia nesse tempo, ao final, eu só vou colocar uma capinha e manter por mais 10 anos. Mas, infelizmente, como não há a manutenção adequada, quando chega aos 10 anos, a rodovia está acabada e é necessário reconstruir”, completou.