Diversos

RN entra na briga pelo ‘combustível do futuro’

Mario Gonzalez, professor da UFRN, conduz os estudos do porto. Foto: Adriano Abreu

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) firmou parceria com a UFRN para a formação de um Grupo de Trabalho focado na produção e mercado do hidrogênio verde. O objetivo é traçar as diretrizes e estratégias que irão consolidar o Programa Norte-riograndense de Hidrogênio Verde. Um documento elaborado pelo professor Mário González e uma equipe de pesquisadores da Universidade prevê 53 ações voltadas para ao desenvolvimento de uma estrutura de produção e exportação no RN.

O documento foi feito a pedido do secretário Jaime Calado (Sedec), após balanço das ações realizadas na missão do Governo à Noruega e à Dinamarca. A comitiva, que esteve em novembro prospectando investimentos para o RN nos países nórdicos, voltou ao estado com a certeza de possuir vantagens naturais para tornar-se grande produtor de hidrogênio verde. A informação foi confirmada por executivos durante visitas realizadas a algumas das maiores empresas do setor, como a Vestas.

“Este é um dos momentos em que a gente sabe que está fazendo história”, declarou o secretário Calado. “Estamos observando o mundo todo praticando uma transição energética necessária e essa é uma ferramenta de desenvolvimento econômico, ambiental e social. A descarbonização das fontes é uma oportunidade enorme, principalmente para o Nordeste, que gera muitas riquezas, e o Rio Grande do Norte está mais uma vez à frente nesse processo”, completou.

De acordo com o professor Mario González, mais de 30 países já desenvolveram planos estratégicos para um mercado exportador de Hidrogênio Verde, entre eles Espanha, Marrocos, Chile, Holanda, Alemanha e Austrália. A produção deste que é considerado o “combustível do futuro”, por não gerar resíduos nocivos ao meio-ambiente, está associada à geração elétrica por fontes renováveis e tem como insumo apenas eletricidade e água.

O RN possui grande potencial porque está desenvolvendo projetos na geração por fonte eólica offshore (no mar). Na costa potiguar se localiza, possivelmente, o maior fator de capacidade do mundo na geração de energia eólica, com até 65% de aproveitamento. Neste contexto, aproveitando a energia gerada pelas usinas eólicas, a água do mar produziria o hidrogênio verde através de um processo de eletrólise.

O documento inicial apresentado pelo Grupo de Trabalho estabelece o escopo do Programa Norte-riograndense de Hidrogênio Verde e propõe um plano de ação até 2030, disposto em 4 fases. Serão contempladas a elaboração de projetos pilotos, o desenvolvimento das cadeias de suprimento, a sinergia com o mercado internacional e, finalmente, a consolidação como mercado exportador e produção em larga escala.

Tribuna do Norte