Saúde

Técnica de médico potiguar é referência internacional para cirurgias cardíacas

Foto: Huol

Cirurgião cardiovascular do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), Waldo Pinheiro Daniel se tornou expoente em método minimamente invasivo, durante encontro do corpo docente internacional das três principais sociedades em cirurgia torácica do mundo – Europa, Estados Unidos e América Latina -, em que ele elencou a técnica minimamente invasiva de revascularização do miocárdio multiarterial sem circulação extra-corpórea.

O especialista foi escalado para multiplicar o procedimento na Conferência de Cirurgia Cardiovascular para a América Latina, realizada no período de 1º a 3 de dezembro, em Cartagena, na Colômbia.

Segundo o Huol, a Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva (CCMI) é uma alternativa ao método convencional, que exige incisão no osso esterno do paciente, de aproximadamente 25 centímetros, para que o cirurgião possa visualizar o coração. 

No método aplicado pelo médico Waldo não há a necessidade de serrar qualquer osso, pois é feita através de uma pequena e discreta incisão, de aproximadamente 4 a 8 centímetros no espaço entre as costelas. Daí se dizer que é minimamente invasivo.

“O procedimento é realizado com uma micro câmera inserida no paciente para que o cirurgião tenha uma visão ampliada do coração, e assim possa realizar os procedimentos com mais segurança”, detalha o especialista.

Não é uma técnica criada hoje: Waldo Daniel faz uso do procedimento minimamente invasivo há pelo menos 17 anos, caminhando lado a lado com os estudos e pesquisas de países mais desenvolvidos na área, aperfeiçoando e reunindo casos da sua efetividade.

Vantagens da técnica

“Considerando que se trata de uma pequena incisão, sem serrar qualquer osso, a CCMI diminui o risco de infecção, reduz fortemente o trauma cirúrgico, acelera a recuperação do paciente, permite o retorno às atividades cotidianas em curto prazo, além de agregar benefícios estéticos. No resultado final, a cirurgia fica praticamente imperceptível, impactando na autoestima e recuperação emocional, pois não há aquela grande cicatriz estigmatizante da cirurgia tradicional, com corte vertical entre as mamas. É uma vantagem para todos os pacientes, especialmente para as mulheres, que poderão continuar usando seus decotes, biquínis, sem qualquer cicatriz evidenciando a intervenção cirúrgica”, explica o especialista.

Outra vantagem é que na técnica minimamente invasiva raramente há necessidade de transfusão sanguínea, pois a perda sanguínea é acentuadamente inferior à cirurgia convencional.

Revista BZZ