Passados cinco anos da sua fundação e início das operações, o Parque Tecnológico Metrópole Digital, em Natal, chegou à marca de R$ 200 milhões em faturamento na soma das empresas presentes no ecossistema e já gera mais de 2.100 empregos em 91 marcas presentes. Vinculado ao Instituto Metrópole Digital, da UFRN, o Parque foi fundado em 2017 e conta com uma série de benefícios fiscais para os integrantes do polo tecnológico.
Para o diretor-geral do Parque Tecnológico, Rodrigo Romão Nascimento, o espaço está cumprindo com o que foi projetado na sua concepção inicial. “A ideia do Parque veio finalizar a missão do IMD, que era fomentar a criação de um polo de tecnologia da informação. O IMD começou por volta de 2011 com o ensino, pesquisa. Esses cinco anos foram necessários para consolidá-lo de fato, ter uma referência, identidade. Nossa missão daqui pra frente é ser um ambiente promotor de conexões para a área de TI”, explica Romão. O Metrópole Digital foi criado a partir da liberação de emendas parlamentares do então deputado federal, hoje senador, Rogério Marinho.
Recentemente, o Parque Tecnológico do IMD fechou parceria junto à Lenovo, que vai investir R$ 60 milhões num centro de pesquisa na tecnologia 5G. O espaço terá 1.300 m² e ficará ao lado do Restaurante Universitário. Será o quarto centro de pesquisas em 5G da companhia no mundo – os outros estão localizados na China, Estados Unidos e França – e deve ficar pronto em aproximadamente 18 meses. A expectativa é começar as obras no fim do ano.
Ainda segundo interlocutores do Parque, a perspectiva agora é expandir a área física e ampliar a oferta de cursos, capacitações e monitorias. Para isso, o Parque foi contemplado com um recurso de R$ 14 milhões via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) para os próximos cinco anos.
“Vamos ampliar serviços que oferecemos. Vamos contratar uma grande equipe de assessores, para atender melhor as empresas e fazer serviços para a comunidade de forma geral. Também deveremos ampliar em infraestrutura, como laboratórios para atender as empresas”, explica Raquel Maciel, gerente operacional do Parque Tecnológico. Ambos os gestores apontam ainda que a proposta é que o Parque se torne mais sustentável nos próximos anos, tornando-se menos dependente de recursos da UFRN.
“No último relatório do MCTI a média de empresas por Parques é de 35. Estamos com 91, acima dessa meta e numa área que imaginamos ser suficiente para prever qualquer possibilidade de expansão. Nesse tiro inicial era normal que tivéssemos um volume mais alto. Nossa projeção não é que esse volume dobre nos próximos cinco anos, mas que possa chegar a 120, 130 empresas é uma meta para os próximos cinco anos”, acrescenta Romão.
O Parque Tecnológico da UFRN compreende uma área geográfica com raio de dois quilômetros ao redor do campus e abrange partes de cinco bairros da cidade, onde as empresas que queiram participar devem estar instaladas. As empresas sediadas nessas áreas e credenciadas junto ao parque têm acesso a benefícios fiscais, com redução de até 75% no IPTU, de 30% no ITIV, 60% no ICMS, isenção da taxa de licença de localização e redução para 2% no ISS. Os incentivos são previstos em lei municipal aprovada em julho de 2017 e são previstos por 10 anos.
Sobre esse aspecto, o diretor-geral Rodrigo Romão aponta que em 2018, a título de exemplo, empresas de tecnologia da informação geravam uma arrecadação de ISS de R$ 42 mil para a Prefeitura de Natal. Em 2022, mesmo com a renúncia fiscal por parte do executivo, os incentivos e o crescimento do parque geram R$ 1,496 milhão por ano à Prefeitura em impostos.
“No primeiro ano do Parque, a arrecadação completa de empresas da área de TI era abaixo de R$ 50 mil. No quinto ano, ainda com incentivos fiscais, deixaram de arrecadar 5% para 2%, as empresas de T.I subiram para R$ 1,4 milhão. É uma política que desonerou mas estimulou que mais impostos fossem arrecadados”, acrescenta.
Tribuna do Norte