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Furtos de celulares crescem 44% no Rio Grande do Norte

Enquanto os furtos cresceram 44%, os roubos – que é quando há ameaça e violência – tiveram uma queda de 18,7%. Foto: Alex Régis

O Rio Grande do Norte registrou uma crescente significativa de furtos de celulares no ano passado. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023 apontam que o Estado teve um aumento de 44%, passando de 4.636 em 2021 para 6.698 em 2022. Já em relação aos roubos de aparelhos celulares, houve redução de 18,7%, de 14.273 para 11.640, no mesmo recorte de tempo. Somados os dois crimes, o Estado contabilizou 18.338 roubos e furtos em 2022, o que representa uma queda de 3,3% em comparação a 2021.

O delegado Joacir Rocha, da Diretoria de Polícia da Grande Natal (DPGRAN), destaca que esses crimes têm despertado uma atenção especial das forças de segurança. “É um crime que muito nos preocupa e por isso estamos fazendo um enfrentamento muito forte. A parte de recursos humanos sendo aumentada também vai contribuir para isso. Temos feitos trabalhos integrados de recuperação de aparelhos. Por isso, que reforçamos a necessidade da vítima fazer o boletim de ocorrência para entrar nos registros. Hoje, com o boletim online ficou muito mais fácil”, adverte o delegado.

Apesar de serem confundidos como sinônimos, roubo e furto são dois termos distintos no âmbito legal, cada um caracterizado por diferentes circunstâncias e elementos. O roubo envolve a aquisição de bens ou propriedades de outra pessoa mediante o uso de ameaça, violência ou coerção. Por outro lado, o furto consiste na apropriação de propriedade alheia sem o uso de força direta ou ameaça imediata. 

No entanto, explica a delegada, a ameaça não para por aí. A perda de um celular roubado ou furtado vai além do valor financeiro do aparelho. O mundo digital que carregamos nos nossos bolsos é um baú de informações pessoais, que muitas vezes contém dados de contatos, mensagens, fotos, e-mails e até mesmo senhas de acesso a aplicativos e contas bancárias. A exposição dessas informações a criminosos pode abrir as portas para um mundo de roubo de identidade e golpes financeiros.

Em uma era onde a conectividade é uma constante, o furto de um celular torna-se um ataque à privacidade individual, diz o delegado Rocha. Os criminosos passam a ter acesso a dados íntimos e pessoais que podem ser explorados de maneiras delituosas. “O celular é um aparelho essencial, onde boa parte da nossa vida está nele. Vivemos uma era conectada, onde muitas pessoas utilizam o celular para trabalhar, pagar contas, fazer transações bancárias”, comenta.

Para enfrentar essa situação, o delegado compartilha dicas essenciais que podem ajudar na proteção da população. “É importante que a pessoa tenha o IMEI do aparelho, que é como se fosse o CPF do celular. Muitas pessoas confundem com o e-mail. Além disso, o boletim precisa ser feito para que a gente tenha ciência do crime e possa recuperar o aparelho”, recomenda o diretor da DPGRAN.

Ainda segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em todo o País, quase 1 milhão de celulares foram roubados ou furtados no ano passado – crescimento de 16,6% em relação aos registros de 2021. Em números absolutos, foram compilados 999.223 roubos e furtos de aparelhos em todo o ano passado. 

Cartilha traz orientações em caso de furto

O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) disponibilizou, gratuitamente, na internet, uma publicação com dicas de segurança e orientações sobre o que fazer em caso de furto ou roubo de telefones celulares

Lançado no ano passado, o fascículo Furto de Celular integra a Cartilha de Segurança para a Internet e orienta os usuários a configurar seus aparelhos de forma a dificultar o acesso de terceiros a dados sensíveis armazenados na memória do telefone, como senhas de acesso a bancos e redes sociais.

As recomendações vão do uso de senha para proteger o chip e da ativação da geolocalização à lembrança da importância de quem tem seu aparelho furtado, roubado ou extraviado solicitar à operadora telefônica que desative e bloqueie o telefone, além de fazer um boletim de ocorrência, notificar as instituições financeiras cujos aplicativos tenham sido instalados no aparelho.

Vinculado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o centro de estudos foi criado com a missão de realizar estudos e apresentar propostas que ampliem a segurança no uso de ferramentas tecnológicas de acesso à rede mundial de computadores. Além das cartilhas de orientação, o NIC.br também oferece, na internet, vídeos curtos com mais instruções sobre como reforçar a segurança e adotar boas práticas no ambiente digital.

Tribuna do Norte