Uma pesquisa pioneira, liderada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), trouxe à tona uma nova compreensão sobre a influência das redes sociais, padrões alimentares e atividade física na prevalência de sobrepeso e obesidade entre adolescentes de uma escola da área rural no Brasil. O estudo, publicado na Nutrients, lançou luz sobre a complexa interação entre os fatores sociais e comportamentais que contribuem para a saúde dos jovens.
Os resultados da pesquisa, conduzida em uma escola rural do Nordeste brasileiro com 90 adolescentes, mostraram que as redes sociais desempenham um papel significativo na disseminação de hábitos alimentares e na incidência de sobrepeso e obesidade. O estudo, realizado pela doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCSa/UFRN) Maria de Jesus Xavier Aguirre, revelou que as redes familiares e dos amigos, tanto dentro como fora da escola, desempenham um papel crucial na formação dos hábitos alimentares dos adolescentes, com a família mostrando-se a influência mais forte.
A pesquisa foi orientada pela professora Bruna Leal Lima Maciel, do PPGCSa/UFRN, e Flavia Cristina Drumond Andrade, pesquisadora da University of Illinois Urbana-School of Social Work, com apoio do professor Moisés Alberto Calle Aguirre, do Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem/UFRN), e do professor Josivan Ribeiro Justino, da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
De acordo com os dados coletados, a percepção do corpo obeso estava correlacionada com a rede familiar, sugerindo que as influências familiares podem impactar a percepção que os adolescentes têm de seus próprios corpos. Além disso, os laços familiares mostraram ter um alto grau de influência nos padrões alimentares dos adolescentes, com uma proporção significativa de refeições sendo compartilhadas com membros da família.
A pesquisa enfatiza a necessidade de intervenções direcionadas para combater o sobrepeso e a obesidade em adolescentes, não apenas focando nos indivíduos, mas também nas redes sociais que os influenciam. O estudo sugere que a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a conscientização sobre a importância da atividade física devem ser abordadas não apenas individualmente, mas também em um contexto de redes sociais.
Além disso, a pesquisa traz informações relevantes que podem contribuir para políticas públicas voltadas a sobrepeso/obesidade, proporcionando uma nova abordagem de intervenção para esse problema de saúde pública.
Apesar dos resultados promissores, a pesquisa aborda apenas uma escola rural. Estudos futuros poderiam incluir escolas urbanas para analisar possíveis contrastes e considerar aspectos ambientais que possam influenciar os comportamentos relacionados ao sobrepeso e à obesidade.
Agora RN