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RN participa da II Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária

“Essa experiência tem sido muito positiva, especialmente para divulgar nossos produtos e para a aceitação de novos sabores, como mangaba, caju, pitanga e também jabuticaba”. É assim que Fernanda Câmara define a sua participação na II Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária (FENAFES), que acontece em João Pessoa.  Ela percorreu 208 km para expor, na capital paraibana, os produtos do “Sabores da Vivenda”, localizado em Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte.

Vinte e seis empreendimentos da agricultura familiar e economia solidária do RN participam da segunda edição da FENAFES. O evento é uma realização do Consórcio Nordeste, através da Câmara Temática da Agricultura Familiar, do Governo do Estado da Paraíba, através da Secretaria Estadual da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido, Secretaria Estadual do Desenvolvimento Humano e do Empreender, com apoio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte.

Durante a solenidade de abertura da II FENAFES, a governadora Fátima  Bezerra, que preside a Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste, ressaltou a importância do evento para fortalecer o segmento da agricultura familiar. “Essa feira é uma lição de resistência, um momento de celebração e, ao mesmo tempo, de reafirmar o nosso compromisso de avançar na luta em prol da expansão e falecimento da agricultura familiar”.

Para a chefe do executivo estadual, “quando a gente fala de agricultura familiar nós não estamos falando de uma atividade qualquer, ela é responsável por levar mais de 70% dos alimentos saudáveis que vão para a mesa do povo brasileiro”.

A governadora do RN elencou as ações do Consórcio Nordeste voltadas para o fortalecimento e expansão da agricultura familiar na região, destacando o memorando de entendimento assinado entre o Consórcio Nordeste e a Universidade Agrícola da China (CAU), com foco na mecanização da tecnificação da agricultura familiar.

A parceria visa a mecanização da agricultura familiar e a tecnificação no Nordeste do Brasil que enfrenta baixos níveis, alcançando apenas 2,3% da agricultura familiar. 

A mecanização agrícola adaptada à realidade da agricultura familiar no Nordeste brasileiro é uma pauta que vem sendo discutida desde 2020 pela Câmara Temática do Consórcio Nordeste, que reúne gestores e gestoras dos nove estados da região e agora, a partir da recriação do MDA, ganha o envolvimento do governo federal. No centro desse processo está o Rio Grande do Norte, especialmente o município de Apodi.

Atualmente, cinco empresas chinesas estão enviando mais de trinta máquinas que serão testadas no Brasil, com um investimento total estimado em mais de R$ 2 milhões. Essas máquinas irão beneficiar diretamente as famílias agricultoras e terão um impacto positivo na produção de alimentos.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reforçou o compromisso do governo federal com “desenvolvimento de máquinas no Nordeste. A FINEP está investindo R$ 200 milhões para impulsionar a indústria de máquinas na região Nordeste, visando à mecanização e, também, à exportação de máquinas para a África e América Latina”. 

Texeira destacou, ainda, a importância do “Projeto Sertão Vivo, Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais no Nordeste”. A iniciativa pretende apoiar projetos de todos os estados da região Nordeste que promovam o aumento da resiliência climática da população rural do Semiárido do Nordeste brasileiro, incluindo agricultores familiares, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais (povos indígenas, fundo de pasto, quilombolas etc). 

Ao todo, R$ 1,75 bilhão beneficiarão 430 mil famílias no semiárido nordestino. Os agricultores familiares beneficiados deverão adotar princípios e práticas que proporcionem acesso à água, aumentem a produtividade e a segurança alimentar das famílias beneficiadas, ampliem a resiliência dos sistemas de produção agrícola, restaurem ecossistemas degradados e promovam a redução das emissões de gases do efeito estufa.

Fortalecendo vínculos e sabores, a participação do Rio Grande do Norte na feira agroecológica evidencia a diversidade e qualidade dos produtos locais.

Com eventos de 16 a 19 de novembro, a II FENAFES se apresenta como um espaço de celebração e intercâmbio para agricultores de toda a região, reunindo expositores, representantes dos movimentos sociais, de associações e cooperativas, e gestores públicos dos nove estados do Nordeste para discutir ações de fortalecimento da Agricultura Familiar à luz da mostra de experiências que estão dando certo.

“Isso é fruto de um processo iniciado a partir do Consórcio Nordeste. A criação do Consórcio Nordeste é um marco histórico para o Brasil, pois o Nordeste se torna um protagonista na superação de desafios e na reafirmação da cooperação. Essa atuação é fundamental para fortalecer a região e promover uma agenda mais inclusiva e progressista”, afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Alexandre Lima, coordenador da Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste. 

Com a participação de cerca de 300 cooperativas e associações, envolvendo mais de 600 expositores dos 9 estados nordestinos, a expectativa é alcançar um público visitante de mais de 15 mil pessoas durante os 4 dias de evento.