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Oftalmologista fala sobre riscos de cirurgia polêmica de brasileira que mudou a cor dos olhos

Uma brasileira viralizou nas redes sociais esta semana após submeter-se a um procedimento estético para mudar a cor dos olhos em Lausanne, na Suíça. O vídeo, compartilhado no perfil da clínica responsável pela cirurgia, alcançou mais de 14 milhões de visualizações e 360 mil curtidas e dividiu opiniões. O oftalmologista Anderson Martins explica o procedimento cirúrgico, denominado ceratopigmentação, para entender o que é a cirurgia e as polêmicas que a envolvem.

Os riscos são os das cirurgias habituais. Mas existe o risco de glaucoma por depósito do pigmento (para quem faz o procedimento por fins estéticos). No Brasil, estamos autorizados a fazer em olhos cegos brancos (leucoma). Temos, inclusive, bons casos feitos por nós aqui em Natal–RN”, explica Anderson Martins.

Qual o nome da cirurgia

O nome da cirurgia é ceratopigmentação, também conhecida como tatuagem corneana.

Como ela é feita

Ela é feita com pigmentação da córnea, que é a parte anterior do olho. A pigmentação pode ser feita com uma caneta de tatuador específica para o olho, ou com outras técnicas cirúrgicas em que se adiciona tinta de tatuagem liberada pela Anvisa para uso ocular.

Riscos

Como todas as cirurgias, elas têm o risco de infecção, o risco de inflamação e, no caso específico desse tipo de cirurgia, a dispersão do pigmento para dentro do olho, aumentando o risco de glaucoma. Por isso, a preferência para fazer é em olhos cegos e não em olhos funcionais.

Benefícios

A cirurgia de tatuagem corneana ou ceratopigmentação traz muito benefício para o paciente. O principal dela é a estética. Aqueles pacientes que têm um olho branco, têm vergonha do seu olho, não conseguem olhar nos olhos de outras pessoas, passam a ter um olho esteticamente normal, com a cor igual ou muito parecida com a do outro olho, melhorando a autoestima e melhorando a confiança e o psicológico desses pacientes.

Casos em que esse procedimento é indicado

No Brasil, ela é utilizada apenas para casos de reparação, como uma cirurgia reparadora mesmo. Uma pessoa cega, por exemplo, pode fazer para parecer ter um olho “normal”. Ela também pode ser empregada em alguns casos em olhos que enxergam, como nos pacientes que tiveram por algum motivo perda do conteúdo colorido do olho, que é a íris. Então, ela pode ser usada para disfarçar essa amputação de íris ou traumatismo. Já no exterior, como na Europa e nos EUA, muitas pessoas estão fazendo esse tipo de cirurgia para trocar a cor do olho. Isso é proibido no Brasil e não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

PNN