A Sondagem das indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, revela que a produção industrial potiguar ficou estável em setembro, após registrar aumento no mês anterior. Mesmo assim, a utilização da capacidade instalada (UCI) subiu de 71% em agosto para 72% em setembro, embora tenha sido considerada pelos empresários consultados como abaixo do padrão usual para o período. O índice de evolução do número de empregados permaneceu abaixo dos 50 pontos, apontando queda do emprego industrial na comparação com o mês anterior, mantendo a tendência negativa que vem sendo observada desde outubro de 2017.
Além disso, os estoques de produtos finais diminuíram, mas ficaram acima do nível planejado pelo conjunto da indústria. Apesar deste cenário, no que tange às expectativas para os próximos seis meses, os empresários encontram-se otimistas no que diz respeito à evolução da demanda e das compras de matérias-primas, porém preveem queda no número de empregados e na quantidade exportada dos produtos. A intenção de investimento, por sua vez, voltou a subir – alta de 5,4 pontos na comparação com setembro e de 1,9 pontos em relação a outubro de 2018.
Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se, em alguns aspectos, comportamento divergente. As pequenas indústrias apontaram nível de utilização da capacidade instalada igual ao usual para meses de setembro; os estoques de produtos finais caíram e ficaram abaixo do planejado. As expectativas dos empresários são de redução no número de empregados e estabilidade nas exportações nos próximos seis meses. As médias e grandes empresas, por sua vez, assinalaram UCI efetiva abaixo do usual; os estoques de produtos finais ficaram estáveis e acima do desejado. As expectativas em relação aos próximos seis meses, são de estabilidade no número de empregados e queda na quantidade exportada dos produtos.
No terceiro trimestre de 2019, tanto a margem de lucro operacional como a situação financeira foram avaliadas como insatisfatórias pela indústria potiguar, e o acesso ao crédito segue difícil. Além disso, os empresários avaliaram que os preços médios das matérias-primas aumentaram menos do que trimestre anterior.
Os principais problemas do trimestre, na opinião dos empresários potiguares, continua sendo a elevada carga tributária, seguida pela demanda interna insuficiente, pela falta ou alto custo da matéria-prima, pela falta ou alto custo de energia, pela burocracia excessiva, pela falta de capital de giro e pelas dificuldades na logística de transporte. Registre-se, mesmo assim, recuo nas assinalações de demanda interna insuficientes e inadimplências dos clientes, relativamente ao trimestre anterior, o que pode abrir espaço para um aumento na produção nos próximos meses. Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 22/10 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, com a diferença de que na indústria nacional a produção caiu, os estoques de produtos finais cresceram levemente; e os empresários preveem estabilidade no número de empregados e aumento nas exportações nos próximos seis meses.