
As palavras de Juliana ainda ecoam com força nos corações de quem assistiu à sua entrevista. A mulher que sobreviveu a uma brutal agressão no elevador de um condomínio em Natal, relatou com coragem e lucidez os momentos em que teve a vida ameaçada — e o trauma que permanece como cicatriz na alma e no corpo.
“O pior é quando eu me olho no espelho… não consigo enxergar a pessoa que eu sou, a mulher vaidosa que eu sou, a minha vida que foi tirada.”
Juliana não apenas teve o rosto desfigurado por mais de 60 socos em segundos, mas viu sua identidade, sua autoestima e sua liberdade emocional serem atacadas com a mesma brutalidade. O episódio, registrado por câmeras de segurança, não deixou dúvidas sobre a violência extrema a que foi submetida.
Ao ser questionada por que o agressor não parava, Juliana foi direta:
“Porque ele queria me matar e eu não estava morta. Não existe nenhuma dúvida de que o que aconteceu foi uma tentativa de feminicídio.”
O relato é ainda mais impactante porque mostra como, mesmo em meio ao desespero, ela tentou se proteger como pôde. Muita gente se perguntou por que ela não correu. A resposta é mais que reveladora — é um retrato da frieza de quem age com cálculo e da solidão de quem, mesmo machucada, pensa em sobreviver:
“Eu não me senti segura para sair de dentro do elevador, porque era o único lugar que, caso algo acontecesse, eu seria vista.” Juliana sobreviveu. Mas tantas outras não tiveram a mesma chance.
O caso não é isolado. Ele apenas escancara uma realidade cruel: mulheres continuam sendo agredidas, silenciadas e mortas dentro de relacionamentos abusivos que, muitas vezes, começam com manipulações emocionais disfarçadas de afeto. Que o grito de Juliana seja ouvido. Que sua dor não passe em vão. E que cada mulher, ao se olhar no espelho, possa reconhecer a própria força — e nunca mais precise esconder o rosto, nem sua história.
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