A decisão da Inframerica de devolver a administração do Aeroporto Internacional Aluízio Alves ao governo federal foi oficialmente comunicada à governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, em reunião nesta quinta-feira (5).
No encontro, a operadora disse ainda que irá garantir o funcionamento normal do terminal, sem prejuízos aos serviços e funcionário, até que uma nova empresa assuma o controle, após relicitação. Isso significa que os pousos e decolagens estão mantidas no terminal localizado em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Natal.
Segundo Jean Dedjeian, vice-presidente da Inframerica, os prejuízos que o grupo vem registrando por causa de questões contratuais que não podem ser alteradas devido ao Marco Regulatório da Aviação Civil pesaram para a decisão. Ainda de acordo com o representante da empresa, os estudos de projeções de embarque e desembarque feitos no período da concessão, em 2011, não se consolidaram.
Contrato de concessão iria até 2040
O Aeroporto Internacional de Natal é o primeiro terminal aéreo cedido à iniciativa privada. O leilão ocorreu em 2011 e foi vencido pelo Consórcio Inframerica Aeroportos. A concessão teve início em 24 de janeiro de 2012 com duração de 28 anos. O grupo argentino assumiu as obras e inaugurou o terminal aéreo em 2014.
As projeções da Inframerica era de que o terminal movimentasse 4,3 milhões de passageiros por ano, o que não se confirmou na prática: em 2019, o fluxo registrado foi de 2,3 milhões de pessoas. A diferença entre expectativa e realidade na procura pelo aeroporto foi uma das principais motivações para a devolução.
O novo aeroporto, que está localizado a 33 quilômetros do centro de Natal, só bateu o número de passageiros do último ano de operação do Augusto Severo, em Parnamirim, duas vezes: em 2015 e 2018.