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A decadência do Japão é uma ressurgência necessária e uma revitalização inovadora

Ao lado de um grupo de investidores, embarquei em uma jornada em busca de tecnologias revolucionárias, desbravando terras que sempre fascinaram nosso imaginário. Estávamos sedentos por descobertas, por oportunidades ocultas nas cidades da região de Kansai, nas ruas de Tóquio e além. Queríamos sentir a mentalidade ousada que definiu o Japão no passado.

Mas o que descobrimos foi um paradoxo. De um lado, um país à beira de uma estagnação, do outro, um Japão em busca de uma transformação sem precedentes.

O que encontramos, entretanto, foi uma dualidade perturbadora. Em um extremo, em meio às ruas pulsantes e arranhadas, sinto um equilíbrio respeitável entre o antigo e o novo. Era inegável: os templos centenários contrastavam com a modernidade do trem-bala Shinkansen, exibindo uma tradição respeitada do Japão.

Porém, uma melancolia pairava, revelando um sentimento de estagnação. Houve uma desconexão perturbadora: As inovações tecnológicas já não foram planejadas tão novas e se perderam em meio a uma sociedade que, em muitos aspectos, parecia estar parada no tempo. Inovações que já sentem o peso do tempo e cidadãos que parecem andar em um loop infinito de rotinas.

Me perguntei: onde estava o brilho inovador que tanto associava a esta nação?

Surpreendeu-me não a presença de robôs avançados, até vimos algumas operações no hotel, mas a repetição monótona dos cidadãos, muitos japoneses ainda agiam como “robôs humanos”, aprisionados em suas tarefas diárias, sem atualizações ou novidades.

Me lembravam de uma era em que o Japão era sinônimo de progresso ininterrupto. Mas agora, a sombra de um passado glorioso parecia ofuscar o presente. Era evidente, em conversas e observações, que o vigor empresarial que uma vez caracterizou títulos como NTT e Toshiba havia esmorecido em meio à concorrência global.

Esta viagem revelou uma história não contada: a ascensão meteórica do Japão após a Segunda Guerra Mundial, transformando-se em um gigante industrial.

A riqueza retornou, trazendo o boom imobiliário dos anos 80. No entanto, esse mesmo ímpeto levou a um colapso financeiro do qual o país ainda não se recuperou totalmente. Sua competitividade desmoronou, demonstrando uma resistência quase teimosa à inovação e à diversificação.

Assim, enquanto empresas como Toyota, Fuji e Hitachi, ainda mantinham sua confiança, a chama inovadora parecia ter se apagado.

SBT News