Um dos acusados de participar da morte do jovem Giovani Gabriel de Souza Gomes, 18 anos, teve habeas corpus concedido por um juiz do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte e poderá aguardar o julgamento em liberdade. A defesa que acompanha a família de Gabriel vê a medida “com apreensão” e espera que o Ministério Público recorra.
Nós recebemos com muita apreensão, a família está muito apreensiva pela violência do caso, como aconteceu, a forma como foi o assassinato, mostrando como eles podem ser violentos. Isso causa um temor, uma apreensão na família. A gente fica solidário e compartilhamos desse sentimento. Esperamos que o MP possa recorrer de alguma forma dessa decisão”, aponta o advogado Hélio Miguel Santos, que acompanha a família de Gabriel.
O habeas corpus foi concedido no último dia 10 de março, após pedido impetrado pela defesa do policial Paullinelle Sidney Campos Silva. Na decisão, o desembargador Saraiva Sobrinho disse que “as condições pessoais favoráveis do paciente – primário, residência fixa e trabalho certo -, quadro que, embora por si só não conduza à revogação da preventiva, certamente milita em seu favor. Igualmente digno de destaque é a ficha funcional do paciente, que denota uma conduta exemplar como Policial Militar”, diz.
Paulinelly estava estava preso no Comando Geral da Polícia Militar, em Natal, e segundo seu advogado, Deliano Camilo, já está em casa. O desembargador Saraiva Sobrinho estabeleceu uma série de medidas para o acusado: comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo Juízo da origem, para informar e justificar as suas atividades; proibição de aproximação do 8º batalhão da PM de Goianinha e proibição de se aproximar das residências e locais de trabalho de réus e testemunhas no processo.
O caso
Giovani Gabriel de Souza Gomes desapareceu no dia 5 de junho de 2020. Seu corpo só foi encontrado no dia 14. Ele saiu nas primeiras horas da manhã do bairro em que morava, Guarapes, em direção à casa da namorada, em Parnamirim. O namoro, segundo familiares, não tinha aprovação dos pais da jovem, o que fez com que Gabriel guardasse sua bicicleta num terreno próximo à casa, para evitar que o pai tomasse conhecimento de sua visita.
Quando saía do matagal do terreno onde havia deixado a bicicleta, Gabriel foi surpreendido pela viatura onde estavam Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, que levaram o rapaz.