Os sistemas do órgão de vigilância nuclear da ONU que monitoram material nuclear na usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia, pararam de transmitir dados para sua sede, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta quarta-feira (9), um dia depois de relatar a mesma interrupção em Chernobyl.
O chefe da agência, Rafael Grossi, disse estar preocupado com a interrupção repentina no fluxo de dados para a sede da instituição em Viena. Ainda assim, o órgão afirmou que os níveis de radiação na usina eram normais e que oito dos 15 reatores, incluindo dois em Zaporizhzhia, continuam operando.
Na usina há grandes quantidades de material nuclear presente na forma de combustível nuclear usado ou fresco e outros tipos de material, segundo comunicado da AIEA.
O motivo da interrupção na transmissão não foi identificado imediatamente, mas outras instalações nucleares na Ucrânia, incluindo as outras três usinas, não apresentaram o mesmo problema.
“Esses sistemas estão instalados em várias instalações na Ucrânia, incluindo todas as usinas nucleares, e nos permitem monitorar material nuclear e atividades nesses locais quando nossos inspetores não estão presentes”, explicou Grossi.
Usina está sob controle da Rússia
Em 4 de março, um centro de treinamento no complexo onde fica localizada a central nuclear de Zaporizhzhia pegou fogo após um ataque das forças russas, que tomaram controle da usina.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse, pouco depois do ataque, que os reatores da usina estavam seguros e que nenhum material radioativo havia sido liberado.
A operadora da usina informou à AIEA que duas das quatro linhas de alta tensão externas foram danificadas, além de um transformador da Unidade 6, que foi retirado de serviço e estava em reparo de emergência após a detecção de danos em seu sistema de refrigeração.
Mesmo assim, a demanda energética da usina pode ser suprida normalmente. Há também uma linha de alta tensão em “standby” e geradores a diesel prontos e funcionais para fornecer energia de reserva.