O futebol burocrático apresentado pela seleção brasileira na primeira fase da Copa do Mundo do Catar deu lugar a um jogo leve, plástico e eficiente. Nesta segunda-feira, no Stadium 974, o Brasil, reforçado por seu craque, Neymar, fez diante da Coreia do Sul sua melhor apresentação no Mundial e atropelou o rival asiático por 4 a 1.
O “baile”, definido com quatro gols no primeiro tempo, garantiu a seleção brasileira nas quartas de final, fase em que vai enfrentar a atual vice-campeã mundial Croácia, que deixou o Japão pelo caminho, nos pênaltis, também nesta segunda. O confronto será na sexta-feira, às 12h (de Brasília), no Education City Stadium.
Se o ataque pouco funcionou nos três primeiros jogos, com apenas três gols, sobraram bolas na rede graças à inspiração do quinteto ofensivo, que viveu uma noite de brilho e comandou a goleada, construída com gols de Vinícius Junior, Neymar, recuperado de lesão, Richarlison e Lucas Paquetá. Todos os gols foram comemorados com dancinhas. Até mesmo Tite participou de uma delas, a dança do “Pombo.”
O time enterrou os problemas da fase inicial com uma atuação irretocável. Neymar, Raphinha, Richarlison e, especialmente, Vinícius Junior lideraram o passeio em Doha. Encontraram com tranquilidade os espaços na frágil defesa adversária e se entenderam bem desde o início.
Foram quatro gols num intervalo de 29 minutos na etapa inicial. O primeiro saiu aos sete dos pés de Vini Jr em conclusão precisa após linda jogada de Raphinha pela direita. Neymar ampliou aos 13, em cobrança de pênalti, com a categoria que lhe é peculiar e ficou a um gol de igualar Pelé (nas contas da Fifa) como o maior artilheiro da história da seleção brasileira.
A falta dentro da área foi sofrida por Richarlison, que anotou o terceiro aos 29, o mais bonito da partida, após trama que envolveu os zagueiros Marquinhos e Thiago Silva. O capitão deu a assistência para o camisa 9 bater no canto e comemorar com sua tradicional dança.
O quarto gol, aos 44, também foi fruto de uma trama envolvente com passe por elevação de Vini Jr. e conclusão de primeira e de direita do canhoto Lucas Paquetá. A Coreia até incomodou, mas Alisson, que não havia feito uma defesa sequer no torneio, trabalhou com segurança ao defender a conclusão de Hee-Chan.
Raphinha foi o único do quinto ofensivo que não balançou as redes no primeiro tempo. Por isso, no segundo, o time trabalhou para que ele marcasse. O atacante do Barcelona tentou de falta, de direita e de canhota, mas, atrapalhado pela ansiedade e pelo goleiro, não fez o dele.
Segundo tempo
Tite, satisfeito com o que viu, aproveitou a segunda metade da etapa final para descansar alguns atletas e dar rodagem a outros Até mesmo o terceiro goleiro Weverton, do Palmeiras, sentiu o gosto de disputar um jogo de Mundial ao entrar no final no lugar de Alisson. Apenas ele não havia entrado em campo. Com isso, todos os 26 atletas, tiveram a oportunidade de atuar nesta CopaRodrygo substituiu Neymar. O camisa 10 jogou 80 minutos e não aparentou sentir o tornozelo direito. Não teve um desempenho brilhante, mas deu sua contribuição na goleada.
A Coreia apertou e parou duas vezes em ao menos duas grandes intervenções de Alisson, um dos protagonistas do jogo. Até que, no fim, os sul-coreanos foram premiados pela insistência com um bonito gol, marcado por Seung-Ho em finalização potente de fora da área. Nada que estragasse a festa brasileira.
Pelé
Ainda internado para tratamento de um câncer, Pelé usou o Twitter para afirmar que assistirá ao jogo de hoje da seleção brasileira de futebol contra a Coreia do Sul, pelas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar. Na rede social, ele divulgou uma foto de sua primeira Copa, em 1958, passeando nas ruas da Suécia, ao lado do também jogador Zito (José Ely de Miranda). Tricampeão mundial de futebol, Pelé fez um paralelo com os atuais jogadores da seleção.
“Em 1958, eu caminhava pelas ruas pensando em cumprir a promessa que fiz ao meu pai. Sei que hoje muitos fizeram promessas parecidas e também vão em busca da sua primeira Copa do Mundo. Assistirei ao jogo do hospital e estarei torcendo muito por cada um de vocês. Boa sorte!”, afirmou o rei do futebol.
Ficha técnica
Brasil: 4
Coreia do Sul: 1
Brasil: Alisson (Weverton); Éder Militão (Daniel Alves), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo (Bremer); Casemiro, Lucas Paquetá e Neymar (Rodrygo); Raphinha, Richarlison e Vinícius Junior (Gabriel Martinelli). Técnico: Tite
Coreia do Sul: Seung-Gyu; Moon Hwan, Minjae, Young-Gwon e Jin-Su (Chul); Woo-Young (Jun-Ho), In-Beom (Seung-Ho), Lee Jae-Sung (Kang-In) e Hee-Chan; Son e Gue-Sung (Ui-Jo). Técnico: Paulo Bento.
Croácia é a adversária brasileira
A Croácia está nas quartas de final da Copa do Mundo. Em um duelo para lá de equilibrado contra o Japão, os croatas despacharam os asiáticos nos pênaltis, após empate no tempo normal e na prorrogação por 1 a 1. Os gols da partida foram marcados por Daizen Maeda, para o Japão, e Ivan Perisic, para a Croácia.
Aproveitando a qualidade de seus homens de meio, a Croácia tentou controlar a posse de bola desde o início da partida. Mas o Japão, veloz e vertical, levava perigo em suas tentativas. Com equilíbrio na partida, foram os japoneses quem saíram na frente. Em jogada de bola parada, aos 43 minutos, Daizen Maeda aproveitou bola sobrada dentro da área para abrir o placar.
Na volta do intervalo, a Croácia repetiu a fórmula japonesa para empatar a partida. Aos 10 minutos da segunda etapa, Ivan Perisic subiu mais alto que a defesa dos “Samurais Azuis” e testou firme para deixar tudo igual. O empate baixou o ritmo da partida, com as duas equipes mais cautelosas dentro de campo.
Sem maiores chances para nenhum dos lados, o jogo terminou empatado e foi para a prorrogação. Ainda no primeiro tempo extra, o técnico Zlatko Dalic tirou Luka Modric e Mateo Kovacic de campo. A saída dos meias deixaram a Croácia com menos controle sobre o jogo.
As duas equipes até tentaram, mas não conseguiram alterar o marcador. A partida teve que ser decidida nos pênaltis. Esta foi apenas a segunda vez que o Japão teve uma disputa por pênaltis na Copa do Mundo. Antes disso, os Samurais haviam perdido a vaga nas quartas de final de 2010 para o Paraguai na marca da cal. A Croácia, por outro lado, foi para sua terceira decisão por pênaltis – havia vencido as outras duas, contra Dinamarca e Rússia, em 2018.
Na disputa de 2022, o retrospecto histórico se confirmou. O goleiro Domininik Livakovic defendeu três cobranças japonesas e garantiu a classificação para a Croácia. Nas quartas de final, os croatas enfrentam o Brasil que atropelou a Coreia do Sul por 4 a 1 num grande jogo.
Argentinos dizem esperar pelo Brasil“
Brasileiro, brasileiro, que amargo você está. Cada vez estamos mais perto de nos encontrar outra vez!”. As arquibancadas do Ahmab bin Ali não mentem. Após a vitória por 2 a 1 sobre a Austrália neste sábado, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, os torcedores da Argentina já começam a pensar em um possível encontro com o Brasil na semifinal, um superclássico aguardado há 32 anos pelos dois lados.
Para que isso aconteça, os argentinos precisam vencer a Holanda nas quartas de final e contar com triunfos da Seleção diante de Coreia e do adversário que vier na fase seguinte. Brasil e Argentina não se enfrentam em uma Copa do Mundo desde 1990, mas a rivalidade só cresce desde então, com muitos embates regionais.
Este poderia ser um dos maiores jogos da história da Copa do Mundo e o principal Brasil x Argentina que o futebol já viu.
Brasil e Argentina já se enfrentaram quatro vezes na história das Copas do Mundo. O retrospecto é equilibrado, com duas vitórias para o Brasil, uma para a Argentina e um empate. A melhor atuação do Brasil foi em 1982 A Seleção derrotou seus rivais por 3 a 1, em um dos grandes jogos do mítico time de Zico e Sócrates. A Argentina relembra a Copa América 2021.
Tribuna do Norte