A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, solicitou nesta quarta-feira (16) ao comitê de segurança alimentar da Organização das Nações Unidas (ONU) que fertilizantes não sejam incluídos na lista de sanções à Rússia.
Em videoconferência com representantes da FAO (Food and Agriculture Organization), a ministra apresentou proposta para que os produtos sejam incluídos na mesma categoria dos alimentos, ou seja, que não tenham a exportação interrompida durante o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Na reunião, a ministra salientou que o comércio de fertilizantes é indispensável para garantir a segurança alimentar do mundo e salientou que impedir o comércio do produto pode afetar a disponibilidade de alimentos e gerar uma pressão inflacionária.
O pedido será encaminhado agora para a apreciação da ONU. A Rússia é um dos principais fabricantes mundiais de fertilizantes. Hoje, em torno de 25% das importações brasileiras são provenientes do país do leste europeu, sobretudo produtos à base de potássio.
A dependência do Brasil na importação de fertilizantes chega hoje a 85%. O percentual é ainda maior a produtos à base de potássio, atingindo 96%. Apesar das limitações para o envio de fertilizantes, a Rússia não suspendeu a entrega do produto para o Brasil e enviou um navio na semana passada.
O receio do Brasil é que novos anúncios de sanções inviabilizem a exportação russa do produto. No final de semana, a ministra viajou ao Canadá na tentativa de compensar uma eventual diminuição na exportação da Rússia.
O país da América do Norte é hoje o maior produtor mundial de potássio. Segundo fontes do governo brasileiro, no entanto, não houve um aceno concreto de aumento na exportação ao Brasil.