A ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, foi condenada na sexta (10) a 10 anos de prisão. A direitista foi acusada de realizar um golpe contra seu antecessor, o esquerdista Evo Morales, em 2019. No fim do julgamento, Áñez se declarou inocente das acusações.
A audiência foi presidida pelo juiz Germán Ramos, do Tribunal de Primeira Instância de La Paz, que anunciou a condenação da ex-presidente de 54 anos “pelos crimes de resoluções contrárias à Constituição e violação de deveres […], sentenciando-a à pena de 10 anos”.
A ex-presidente foi condenada por descumprimento de deveres e resoluções contrárias à Constituição e às leis.
Jeanine nega toda as acusações, e em sua argumentação final, destacou que o tribunal “excluiu” provas que descartavam um golpe contra Morales em 2019, que estava no governo boliviano há 14 anos (2006-2019). “Eu nunca busquei o poder”, falou. E também revelou que ia buscar à Justiça Internacional.about:blank
A ex-presidente foi julgada por seus atos como senadora, antes de assumir a presidência interina da Bolívia. Ela sucedeu Evo Morales dias depois da renúncia do mandatário, em meio a uma forte movimentação social.
Quando foi nomeada presidente interina, Áñez reprimiu a grande oposição de movimentos sociais e camponeses ligados a Morales, e uma investigação da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) determinou que nos primeiros meses de seu governo houve 35 mortes em manifestações.
“Todos sabem que sou inocente”, relatou a ex-presidente, que governou entre 2019 e 2020, momento em que inúmeros manifestantes pediam sua condenação, motivados por uma suposta fraude eleitoral denunciada pela OEA (Organização dos Estados Americanos). Áñez, no entanto, se define como “presa política”.