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Gasolina terá imposto federal de R$ 0,47 por litro a partir de hoje

Foto: Adriano Abreu

O governo federal volta a cobrar os tributos federais sobre combustíveis a partir dessa quarta-feira, 1º de março. Com a reoneração do PIS/Cofins, o preço da gasolina irá aumentar R$ 0,47 por litro, e do etanol, R$ 0,02 por litro. Como a Petrobras anunciou mais cedo uma redução de R$ 0,13 no litro da gasolina, o aumento do combustível na prática será de R$ 0,34 por litro, segundo explicou o ministro a Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (28). Em Natal, o aumento nas bombas começou a ser registrado já nesta terça-feira (28), antes mesmo da tributação entrar em vigor. A reportagem constatou uma diferença de até R$ 0,40 no litro da gasolina comum entre os postos.

Em um posto na Avenida Prudente de Morais, no bairro de Lagoa Nova, na zona Sul da capital, a reportagem encontrou o litro a R$ 5,99. Relatos colhidos pela TRIBUNA DO NORTE dão conta de que, na zona Norte, dois outros postos vendiam o combustível pelo mesmo valor. Entretanto, na maioria dos pontos de abastecimento visitados pela TN, nas zonas Sul e Leste, o litro custava R$ 5,59. 

A definição oficial sobre o reajuste no preço dos combustíveis,  só foi divulgada na noite desta terça. Segundo o Governo Federal, a partir desta quarta-feira, PIS, Cide e Cofins, tributos cuja cobrança havia sido zerada para gasolina,  voltam a incidir sobre o combustível. Para tentar amenizar o impacto do aumento, a Petrobras anunciou, também para esta quarta, a redução de 3,9% para o preço médio da gasolina comum nas distribuidoras.  Com isso, deve ficar para os consumidores um aumento de R$ 0,34. 

Para o  presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos-RN), Maxwell Flor, o aumento antecipado registrado pela TRIBUNA DO NORTE  pode ter sido resultado de repasses feitos pelas distribuidoras com valores já revisados nas últimas semanas. Segundo ele, os preços reajustados devem chegar ao consumidor final em cerca de três dias.

 “Eu acredito que esse aumento é resultado de antecipações feitas pelas distribuidoras, que estão vendendo gasolina bem mais cara, principalmente para os postos de marca própria. A gente tem informações de que, para alguns, o litro já ficou 50 centavos mais oneroso. Então, como as distribuidoras anteciparam [o aumento] para os postos, os valores são repassados. Nesse caso específico, imagino que, o reajuste do Governo não será todo repassado para o cliente. Mas o mercado é livre e eu não tenho como precisar se isso vai acontecer, de fato”, disse. 

A Tribuna do Norte tentou conversar com a gerência do posto de gasolina da Prudente de Morais, cujo litro era vendido a R$ 5,99, mas ninguém aceitou falar. Na Ribeira, na zona Leste da cidade, a reportagem flagrou dois postos que haviam deixado de exibir o preço da gasolina. A justificativa dada pelos estabelecimentos é de que o combustível está em falta desde o final de semana e não há previsão para reabastecimento. Em um deles, segundo informações de funcionários, o litro custava R$ 5,54 até o fim do estoque. No segundo posto, a gasolina comum custava R$ 5,40. 

“As distribuidoras têm represado a venda do produto, alegando escassez de estoque. Assim, tão logo tudo se normalize, a gente já vai comprar [das distribuidoras] com os preços novos. Em dois ou três dias esses valores estarão bem definidos para os consumidores”, pontuou Maxwell Flor, do Sindipostos.

A notícia de mais uma alta gerou muita reclamação por parte dos consumidores. O motorista particular José Eduardo, de 45 anos, se disse surpreso com o aumento antecipado. “Nunca se pensa na população e o aumento ainda chega mais rápido nos postos. Eu nem esperava que já ia ter preço novo hoje [terça-feira]. É algo que pesa no bolso. Digo isso porque tenho carro próprio”, reclama.

O motorista por aplicativo, José Maria, de 63 anos, também não está nada satisfeito. “Esse aumento é péssimo. O Brasil está entre os maiores produtores de petróleo do mundo e o combustível é um dos mais caros. Eu, que trabalho com o carro, vou sentir ainda mais. Fica bem complicado, porque não dá para reduzir o uso do carro”, conta.

Tribuna do Norte