O jornalista inglês e colaborador do The Guardian, Dom Phillips, e o indigenista brasileiro Bruno Pereira estão desaparecidos há mais de 24 horas na região do Vale do Javari, na Amazônia. A informação do desaparecimento foi confirmada pelo editor do jornal inglês, Jonathan Watts, e pela Coordenação da Organização Indígena Univaja, nesta segunda-feira (6/6).
A dupla percorria a floresta com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas, na vigilância do território afetado pelas intensas invasões de garimpeiros e do desmatamento ilegal. Em publicação no Twitter, o editor do jornal britânico citou ameaças de morte contra o indigenista, registradas poucas horas antes do desaparecimento.
O trabalho de Dom Phillips e Bruno Pereira buscava, ainda, expor, sob o ponto de vista dos povos originários, as mazelas vividas pelas comunidades da região.
Nas redes sociais, jornalistas de veículos nacionais e internacionais pedem às autoridades brasileiras uma ação de busca imediata.
Desaparecimento
Segundo a Coordenação da Organização Indígena Univaja, a dupla desapareceu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte, pontos de ida e de retorno respectivamente, no estado do Amazonas.
“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, informou à imprensa.
Dom Phillip e Bruno chegaram ao Lago do Jaburu na última sexta-feira (3/6), no início da noite. No domingo (5/6), viajaram à comunidade São Rafael, visita previamente agendada, para que o indigenista fizesse uma reunião com o líder comunitário.
Em seguida, partiram rumo ao município de Atalaia do Norte às 6h. “A viagem dura aproximadamente duas horas. Assim, deveriam ter chegado por volta de 8h ou 9h da manhã na cidade, o que não ocorreu”, relatou a Univaja.
“A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel – que fica abaixo da São Rafael – com relatos de que avistaram o barco passando em direção à Atalaia do Norte”, completou.
Estado de Minas