Alerta

Laboratório da UFRN eleva discussão sobre gênero e demografia

Feminicídio, desigualdade de renda entre homens e mulheres, distribuição desigual do trabalho doméstico e de cuidados não remunerados e mulheres sendo maioria em tentativas de suicídio. Problemas assim são prevalentes na sociedade brasileira, mas ainda são considerados tabus.

Diante disso, professoras e pesquisadoras da UFRN decidiram ampliar a atenção para esses temas ao realizar e incentivar pesquisas científicas por meio da criação do Laboratório de Estudos de Gênero e População (Laegep), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem).

O trabalho do Laegep aborda temáticas como disparidades salariais, participação no mercado de trabalho, acesso à educação, acesso à água, mobilidade social, violência e trabalhos de cuidados. “Essas pesquisas fornecem subsídios para formulação e monitoramento de políticas públicas que têm o objetivo de  promover a igualdade de gênero e que abordem as necessidades específicas de diferentes grupos populacionais”, explica uma das fundadoras, a professora Jordana Cristina de Jesus.

Em junho de 2023, Jordana e Luana Myrrha, professoras do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais (DCAA), juntaram-se a Karina Meira, professora da Escola de Saúde (ESUFRN), para fundar o Laboratório com a intenção de expandir o debate e aprofundar o entendimento já existente no PPGDEM acerca da relação entre os papéis de gênero e a demografia.

Papéis de gênero são os diferentes deveres atribuídos pela sociedade a homens e a mulheres. Historicamente, mulheres eram consideradas as únicas responsáveis pela casa e pelos filhos, enquanto homens saíam para trabalhar. Mas, desde o século 20, no Brasil, as mulheres vêm ocupando mais espaço no mercado de trabalho, e essa tendência impacta a população no geral. “Os papéis de gênero na sociedade são capazes de impactar os componentes demográficos fecundidade, mortalidade e migração, os quais determinam o tamanho e a estrutura populacional”, esclarece Luana. Assim, surge a demanda por um grupo de estudos como o Laegep, que pesquisa esses efeitos.