A médica Lyane Ramalho foi empossada como a nova secretária de Saúde Pública do Rio Grande do Norte na última quinta-feira (4). Após atuar nos bastidores da pasta pelos últimos quatro anos, seja como secretária-adjunta ou subsecretária de gestão, ela terá o desafio de atuar numa das áreas mais sensíveis do governo estadual.
Lyane Ramalho confirmou que trabalha para construir um novo hospital especializado em trauma, que vai desafogar os atendimentos no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Ela substitui Cipriano Maia, titular da Saúde pelos últimos quatro anos.
Em entrevista ao NOVO, ela falou sobre os principais desafios para este ano. De acordo com a nova secretária, a primeira meta é a de reforçar o investimento na infraestrutura da rede de saúde pública do Estado. A previsão é de que R$ 50 milhões sejam utilizados até dezembro de 2023, que serão utilizados em reformas, melhorias e ampliação de unidades.
Outro ponto destacado pela nova secretária é o de ampliar o número de profissionais da rede estadual de saúde. Para isso, um novo concurso público será feito até o fim deste ano de 2023. Porém, antes disso, a Sesap deve ainda convocar aprovados no último certame, realizado em 2018.
Entrevista
NOVO – Como foi o processo de transição na Sesap e como está a saúde do Rio Grande do Norte hoje?
Lyane Ramalho – Nós estamos trabalhando na continuidade da qualificação do Sistema Único de Saúde (SUS). Na gestão de Cipriano Maia, nós conseguimos um verdadeiro milagre, porque sempre trabalhamos muito em equipe. A grande vantagem de eu assumir, é que eu estava participando de tudo que estava acontecendo. Nós conseguimos avançar muito na assistência hospitalar, muito em prol da pandemia, nós conseguimos levar qualificação para todas as regiões de saúde do Estado, trabalhamos sempre nesse avanço da regionalização, porque quanto mais próximo do território e das pessoas, melhor. Quem está lá em Pau dos Ferros, por exemplo, pode contar com o Hospital Dr. Cleodon Carlos de Andrade. Nunca houve um ‘Cleodon’ como a gente tem hoje, com tomógrafo e com as cirurgias mais necessárias para o cidadão. A gente tem uma linha de infarto agudo do miocárdio em todo o Estado. Então conseguimos dar resposta aos pacientes que têm sintomas de infarto no Rio Grande do Norte inteiro. Isso é inédito, inclusive no Brasil. Esse é um projeto que está sendo premiado em todo o Brasil. Nós avançamos em linhas de cuidados que são prioritárias no país. São linhas de cuidado de doenças crônicas como o infarto e a diabetes mellitus. A fila reprimida que nós tínhamos, do pé com risco de amputação, hoje a gente não tem, porque conseguimos dar conta desse grande problema.
NOVO – Quais são as prioridades da Saúde do Rio Grande do Norte neste momento?
LR – Dar continuidade, porque esses são problemas crônicos. A gente não pode parar de cuidar desses problemas, que foram todos qualificados na gestão anterior. Nós tomamos conta de 20 hospitais no estado no Rio Grande do Norte. São hospitais que precisam de muita qualificação ainda, e eles vão passar por grandes reformas. Nós temos para esse ano, R$ 50 milhões em obras. Isso é um grande desafio. E para além da assistência, a nossa grande prioridade neste ano é qualificar a atenção primária de saúde, com a vigilância, a imunização, dar conta de resgatar o Programa Nacional de Imunizaçã, fazer as pessoas se apaixonarem de novo pelas vacinas, combater o movimento antivax, porque quando se faz a prevenção, não se adoece.Temos que trabalhar essa lógica de que a atenção primária está cada vez mais perto do cidadão.
NOVO – A senhora falou na rede de hospitais, e a governadora anunciou um segundo hospital geral no Estado para desafogar a demanda do Walfredo. Como está esse projeto?
LR – Ele está lindo. Construiremos um novo hospital de trauma. Estamos no momento da construção do projeto. Ele vai ser um hospital que, com certeza, vai dar mais resposta, porque o Walfredo hoje está muito pequeno do ponto de vista de tamanho, para a população que ele atende. Então a lógica é exatamente essa: levar um hospital maior em tamanho para dar a mesma resposta que o Walfredo tem, só que com equipamentos melhores. Nós teremos hemodinâmica nesse hospital, teremos mais salas de cirurgia, e em um ambiente com melhores condições, inclusive para os trabalhadores. Neste exato momento, nós estamos mapeando o terreno. Assim que definirmos isso, será informado à população.
NOVO – Os leitos de UTI abertos durante a pandemia seguem disponíveis?
LR – Com certeza ficou um legado de leitos de UTI muito grande. A covid de hoje, a gente já sabe como tratar. Cada hospital consegue dar conta de sua demanda de covid, e os leitos foram revertidos na necessidade que a gente precisa.
NOVO – O Rio Grande do Norte terá concurso?
LR – Sim! Teremos um novo concurso até o final do ano, ou início de 2024. E chamaremos aquelas pessoas de 2018, só estamos esperando a autorização do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
NOVO – A regionalização da saúde com o projeto das policlínicas. Como está?
LR – A primeira unidade a ser colocada em funcionamento será a Policlínica Regional do Seridó, construída em Caicó, onde o primeiro consórcio interfederativo de saúde do RN foi instalado. Ela está em fase de finalização e nos próximos meses deve ser inaugurada. Mas também temos a de Canguaretama, que está preparada para iniciar a reforma, além dos projetos de construção de outras Policlínicas em Assu, Currais Novos e Pau dos Ferros.
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