Natal registra mais de 30 mil pessoas que tiveram ou ainda têm a Covid-19, segundo dados da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A segunda fase da pesquisa EPICOVID19-BR, estudo financiado pelo Ministério da Saúde para estimar o tamanho do contágio no Brasil, mostra que a capital do Rio Grande do Norte tem 3,4% da população com anticorpos contra o novo coronavírus.
A pesquisa foi feita em Natal entre os dias 4 e 7 de junho. Além da capital potiguar, o estudo abrangeu 132 cidades espalhadas por todos os estados do Brasil. Os pesquisadores concluíram 31.165 entrevistas e testes para o coronavírus em todo o país.
Oficialmente, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), Natal tinha 5.235 casos confirmados de Covid-19 até o sábado (13). Desta forma, a partir dos dados de 30 mil pessoas que apresentam anticorpos doença na capital potiguar, segundo os estudos da UFPel, o número é seis vezes maior que os números oficiais.
A subnotificação dos casos pode ser vista pelos dados de atendimentos de pessoas que procuram atendimento por conta de algum tipo de problema respiratório. Entre março e junho deste ano, dados do Ministério da Saúde mostram que 44,8 mil pessoas foram até unidades de saúde da capital potiguar com sintomas de síndrome gripal – tosse, febre, dor de garganta, dispneia, entre outros problemas. Deste total, 23,3 mil passaram por testes para verificar a infecção pelo novo coronavírus.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, as unidades de saúde de Natal notificaram 1.327 pessoas com síndromes gripais em março. No mês seguinte, este número subiu para 7.112. Em maio, no entanto, o número saltou para 19.412 mil. Em junho, até este domingo (14), 16.978 casos de síndrome gripal foram notificados na cidade.
Ainda de acordo com os de infecção da UFPel, as capitais com maior prevalência foram Boa Vista (RR), com 25,4%, Belém (PA), com 16,9% e Fortaleza (CE), 15,6%. Em 83 cidades, foram entrevistadas e testadas 200 ou mais pessoas nas duas fases da pesquisa. Nessas cidades, a proporção da população com anticorpos aumentou de 1,7% na fase 1 para 2,6% na fase 2 (podendo variar de 1,5% a 1,8% na fase 1 e de 2,4% a 2,8% na fase 2 pela margem de erro da pesquisa).