O preço médio da gasolina comum nas bombas caiu mais 2,5% na última semana, informou nesta segunda-feira (12) a Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP). O levantamento oficial da Agência diz respeito ao período entre os dias 4 e 10 de setembro, quando o preço médio nacional do combustível ficou em R$ 5,04 por litro, ante R$ 5,17 aferido na semana anterior.
Trata-se da 11ª semana seguida de queda no preço do combustível ao consumidor desde o pico histórico de R$ 7,39, registrado na penúltima semana de junho. Desde então, no acumulado de dois meses e meio, o preço da gasolina já caiu 31,8% nos postos.
A trajetória de queda começou em 24 de junho, quando o governo federal sancionou a lei que limitou o ICMS incidente sobre combustíveis a 17% em todo o país. A medida surtiu efeito quase imediato no preço aos consumidores. Em seguida, nos meses de julho, agosto e setembro, os preços seguem caindo em função das quatro reduções seguidas nos preços praticados pela Petrobras em suas refinarias.
A queda mais recente nas bombas se deve justamente ao último reajuste da Petrobras, que reduziu em 7% o preço aos distribuidores a partir de 2 de setembro, o que já se refletiu nas bombas. A uma média de R$ 5,04 por litro em todo o país, a gasolina voltou a patamares vistos em fevereiro de 2021. Então, o litro variou entre R$ 4,76 no início daquele mês e R$ 5,17 ao fim.
A redução de impostos sobre combustíveis e a pressão do governo para a Petrobras diminuir os preços praticados nas refinarias se devem aos esforços do governo em dar uma resposta ao eleitorado e conter a inflação perto das eleições.
Esse processo tem sido facilitado pelo recuo das cotações internacionais do barril de petróleo e seus derivados. Na semana passada, o barril do Brent chegou a fechar abaixo dos US$ 90, devido aos temores de queda na demanda chinesa, o que se refletiu nos preços dos derivados e reforçou a janela de reajustes para baixo da Petrobras.
Conforme noticiou o Broadcast/Estadão na semana passada, executivos da estatal veem espaços para mais reduções nos preços da gasolina, mas nem tanto no caso do diesel, cujos preços seguem sob forte volatilidade no mercado internacional.
Diesel
A Petrobras já reduziu o preço do diesel duas vezes em agosto, nos dias 4 e 11 daquele mês. Somado ao corte de impostos de junho, esse movimento também se refletiu em queda sustentada nas bombas, ainda que em intensidade bem menos intensa que a verificada para a gasolina.
Na semana entre 4 e 10 de setembro, informou a ANP, o preço médio do diesel S10 nos postos brasileiros foi de R$ 6,96, leve redução de 0,4% na comparação com os R$ 6,99 por litro registrados na semana imediatamente anterior.
Desde a semana em que foi imposto o teto de 17% no ICMS, em 24 de junho, o diesel acumula queda de 9,3% no preço médio do litro, que também caiu por 11 semanas seguidas, de R$ 7,68 no início do ciclo para os atuais R$ 6,96.
Etanol
Apesar da queda acentuada de preços do etanol na última semana, o biocombustível segue com pouca competitividade em relação à gasolina na maior parte dos Estados do País. O etanol está competitivo apenas em Goiás, Mato Grosso e São Paulo, conforme levantamento da ANP compilado pelo AE-Taxas.
Os critérios consideram que o etanol de cana ou de milho, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. O Estado que mais se aproxima desta paridade é Mato Grosso, com 61,42%. Já o que mais se distancia é o Amapá, com 113,35%.
Na média dos postos pesquisados no País, o etanol está com paridade de 70,04% ante a gasolina, portanto menos favorável do que o derivado do petróleo. Em São Paulo, a paridade está em 68 30%. Executivos do setor afirmam que o etanol pode ser competitivo com paridade maior do que 70% a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.
GLP reduz 4,7%
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (12), uma baixa de 4,7% no preço do gás de cozinha (GLP). Com isso, o valor médio do insumo às distribuidoras vai cair de R$ 4,23 por quilo para R$ 4,03 por quilo, o que leva o botijão de 13 quilos para R$ 52,34. Trata-se de uma redução média de R$ 2,60 no preço do botijão. O reajuste passa a valer a partir da terça-feira, 13 de setembro. O gás de cozinha, combustível largamente usado pelas camadas mais pobres da população, não era ajustado há mais de cinco meses, desde 9 de abril, quando teve o preço rebaixado de R$ 4,48 para R$ 4,23 por quilo, o equivalente a uma queda média R$ 3,27 no preço do botijão de 13 quilos, que passou a custar R$ 54,94.
Tribuna do Norte