Alerta

Onda de frio avança para as regiões Sudeste e Centro-Oeste

Moradores de Brasília precisam se proteger do frio para sair às ruas diante da queda de temperatura. Foto: Marcelo Camargo

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta que a onda de frio que já atinge o Sul e centro-sul do país desde terça-feira (17) deve permanecer até hoje (19), provocando quedas de temperatura superiores a 5°graus Celsius (C) em média também nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste.

O frio já está afetando regiões do Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, chegando até o sul de Tocantins. De acordo com o Inmet, durante a madrugada de ontem foram registradas na Região Sul temperaturas mínimas de -2,5°C em Bom Jardim da Serra (SC), 0°C em São José dos Ausentes (RS), 1,7°C em Cambará do Sul (RS), 2,6°C em Vacaria (RS) e 2,6°C em Inácio Martins (PR).


Na Região Sudeste, as temperaturas caíram para -0,1°C em Campos do Jordão (SP), 1,4°C no Pico do Couto (RJ), 2,1°C em Itapira (SP), 3,4°C em Maria da Fé (MG) e 4°C em Nova Friburgo (RJ). No Goiás, a temperatura mínima registrada foi de 4,8°C em Mineiros (GO) e 5,1°C em Rio Verde (GO).


O Inmet emitiu um aviso de geada, que pode afetar as plantações com frios de até 3ºC em regiões do Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul fluminense. Em Brasília, as temperaturas para amanhã tem previsão de mínima de 5ºC e máxima de 21ºC, com tendência de queda. Hoje, a mínima na capital ficou em 9ºC.


O Centro de Operações da prefeitura do Rio de Janeiro (COR), informou que foi registrada hoje a temperatura mais baixa do ano na cidade: 13,2ºC às 6h30, no Alto da Boa Vista, zona norte da Cidade. A previsão para o dia é de máxima de 22ºC, considerado frio para os padrões cariocas, e mínima de 13ºC na madrugada.


Chuvas intensas

O Inmet emitiu um aviso também para chuvas intensas na região metropolitana de Porto Alegre, no sudeste e nordeste rio-grandense e no sul catarinense, com alerta vermelho. De acordo com a previsão do instituto, pode chover entre 30 e 60 milímetros (mm) em uma hora ou de 50 a 100 mm ao longo do dia, com ventos intensos de até 100 km/h.


Há, ainda, alerta para ventos costeiros até amanhã que podem atingir do sudeste do Rio Grande do Sul à região metropolitana do Rio de Janeiro. Ontem, o Inmet alertou para a possível evolução de ciclone para tempestade subtropical Yakecan no sul do país.


Na Região Norte, o alerta laranja é para chuvas intensas no sudeste e sudoeste do Pará, área oriental do Tocantins, baixo Amazonas, centro, sudoeste, sudeste e norte amazonense, norte e sul do Amapá e de Roraima. Em Manaus, a previsão é de temperatura máxima de 30ºC e mínima de 24ºC.


São Paulo tem temperatura mais baixa para o mês de maio

A tempestade subtropical Yakecan trouxe o frio da massa de ar polar para o Brasil e fez despencar as temperaturas nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Na cidade de São Paulo, os termômetros marcaram a mínima do ano, 6,6°C segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura mais baixa para o mês de maio em 32 anos.


Já os dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE), de 27 estações, são ainda menores e a sensação chegou a ser negativa, com – 4º C na zona sul. “Tivemos na quarta-feira a madrugada e a tarde mais frias para o mês de maio desde que o CGE começou a registrar as temperaturas. A tendência é que ainda fique bastante frio essa madrugada e possa estabelecer um novo recorde. Na quinta devemos ter uma máxima em torno de 14°C”, explica Thomaz Garcia, do CGE
O frio intenso separou até mãe e filha nas ruas da capital. A diarista Maria do Carmo Silva, de 41 anos, vive nas ruas de São Paulo há dois anos. Com a pandemia, as faxinas caíram. Maria não conseguiu mais pagar o aluguel de R$ 400 em Ermelino Matarazzo, na zona leste. Por isso, decidiu ir para o centro em busca de mais oportunidades.


O motivo maior de seu desespero é que ela não está sozinha: precisa de renda e cuidados para sua filha de 5 anos. As duas acabaram morando na Comunidade do Moinho, na região central, em albergues oferecidos pela Prefeitura, e até embaixo do Minhocão. Por causa da previsão do tempo desta semana, Maria decidiu deixar a filha na casa de uma amiga, no Moinho. Ela vai ficar em um quarto com outras cinco crianças e três adultos. Só Maria vai ficar na rua. “A gente fica com medo de que ela pegue doença”, diz a mãe.Um morador em situação de rua morreu ontem enquanto aguardava o café da manhã no Núcleo de Convivência São Martinho, no bairro do Belém, na zona leste da capital paulista.

Tribuna do Norte