Desde domingo que 74 peregrinos saíram de Currais Novos com destino a Caicó para participar do encontro das imagens peregrinas que acontecerá na próxima quarta-feira (20) .
A Caravana Ilton Pacheco já está com o pé na estrada. Saiu do município de Acari com destino a Cruzeta onde pernoitarão e retomarão a viagem nesta terça-feira (19). A previsão de chegada a Cruzeta é às 10 h.
Uma criança nascida no Rio Grande do Norte em 2021 perderá 48,3% de todo o seu potencial de desenvolvimento humano até completar 18 anos. O número é resultado das condições de saúde e educação agravadas pela pandemia de Covid-19. Ou seja, um potiguar só alcançará 51,7% do que poderia alcançar. O cálculo é do Relatório de Capital Humano Brasileiro, publicado pelo Banco Mundial nesta semana.
Em 2019, o Índice de Capital Humano (ICH) — utilizado para calcular os prejuízos na infância — dos potiguares nascidos naquele ano era de 57,1%. Assim, o desperdício de talentos no período pré-pandemia era de 42,9%. No Estado, a pandemia trouxe uma queda de 9,45% no desenvolvimento de capital humano.
O Rio Grande do Norte possuía ainda, em 2019, uma das cinco piores cidades do Brasil para o desenvolvimento de capital humano. Monte das Gameleiras, com uma população de cerca de 2.100 habitantes, possuía um ICH de 0,461, equivalente a 46,1%. O resultado a coloca como a quarta pior do Brasil. As outras cidades são Ibirataia-BA (0,449), Igarapé do Meio-MA (0,453), Luciara-MT (0,455) e Barreiras do Piauí-PI (0,463).
Monte das Gameleiras, diz o estudo, possui características importantes compartilhadas com as outras cidades. “A qualidade da educação é baixa, o que é um impedimento significativo na formação do capital humano. O desempenho nas avaliações nacionais de aprendizagem nos municípios com pior classificação está significativamente abaixo da média”, aponta. Outro motivo é que “uma parcela significativa de sua população vive abaixo das taxas de pobreza.”
O ICH estima a produtividade esperada de uma criança nascida hoje aos 18 anos de idade, em um contexto onde as condições de educação e saúde permanecem inalteradas. O cálculo considera três fatores: a taxa de sobrevivência infantil até os cinco anos e a ausência de déficit de crescimento; os anos esperados de escolaridade e resultados de aprendizagem, e a taxa de sobrevivência na fase adulta.
De acordo com Ildo Lautharte, economista da Prática Global de Educação do Banco Mundial e um dos responsáveis pelo estudo, a “conta da crise” gerada pela pandemia é um problema complexo. “Nós estávamos acostumados com ‘crise’ no Brasil, no sentido geral da palavra. Por exemplo, uma crise econômica, uma crise educacional. Agora, essa crise é diferente. Ela é sobreposta, pelo menos na perspectiva do capital humano. Por exemplo, a gente tem uma crise sanitária, uma crise educacional, tem uma crise de vulnerabilidade econômica e tem uma crise emocional.”
Os educadores também são afetados. “Os professores não têm essa formação para lidar com um problema tão grande. Agora o aluno chega não somente não sabendo. Ele chega não sabendo, com ansiedade, com depressão, com um nível de defasagem educacional muito maior”, afirma Ildo.
Segundo o cientista social e professor do Instituto Humanitas, Alex Galeno, os prejuízos da baixa formação estão relacionados com uma alta concentração de renda, e são sentidos fisicamente e psicologicamente. “Mantendo essa concentração de renda futura, a primeira coisa que vai ser atingida é o aspecto nutricional da criança, e há um limite para a capacidade cognitiva se a criança não come”, opina o professor. “Voltou a fome no mundo e no Brasil. Se você continua com fome no país, as crianças mais pobres ficam sem renda e vai aumentar a miséria e o desemprego.”
Por isso, a indústria local também é afetada futuramente. “Em 20 anos sem estudo e sem alimentação, qual o ganho que essa criança vai ter, considerando inclusive os impactos do ponto de vista do trabalho e das tecnologias?”, questiona Galeno. “O Estado precisa prestar um bom serviço, inclusive para ter uma boa mão de obra qualificada para os empresários abrirem postos de trabalho e emprego.”
As diferenças de gênero também foram analisadas pelo Banco Mundial, em meio à crise da economia. “O aluno que precisa trabalhar não consegue se manter na escola, tem a decisão crítica de sair para trabalhar. Ou os pais forçam as meninas a ficar em casa para os dois saírem para trabalhar, então tem toda essa questão de gênero que entra”, comenta o economista.
Para o ICH, as pessoas precisam seguir uma trajetória básica. Ao nascer, as crianças precisam sobreviver. Na infância, precisam estar bem nutridas. Na idade escolar, segundo o Banco Mundial, devem concluir todos os níveis de ensino e receber aprendizagem adequada. Por fim, na idade adulta, precisam de boa saúde.
Em uma cidade em que as crianças não tenham risco de morrer antes dos cinco anos e não tenham o déficit de crescimento ameaçado, com educação de qualidade e saúde, tende a ter um índice mais próximo do 1 (ou 100%). Já se o risco de morte na infância é alto, a criança sofre de má nutrição e a educação é deficitária, terá um ICH baixo.
Abertura da 214ª Festa de Sant’Ana em Currais Novos aconteceu neste sábado (16), com a realização da 26ª Feirinha de Santana
“É tempo de reencontro”. Com esse sentimento, após dois anos sem realização presencial, foi aberta, neste sábado (16), a 214ª edição da Festa de Sant’Ana, no município de Currais Novos. Milhares de potiguares e devotos de diversas gerações se reuniram na abertura da festa reconhecida este ano pelo Governo do Estado como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Norte a partir de 12 de julho.
A medida foi oficializada com publicação da Lei nº 11.198 no Diário Oficial do Estado (DOE). O texto foi aprovado na Assembleia Legislativa em junho e o Projeto de Lei é de autoria do deputado Ubaldo Fernandes.
A data marcou também a retomada da 26ª Feirinha de Sant’Ana, uma das maiores atrações dos festejos à padroeira da região do Seridó, numa realização da Paróquia de Sant’Ana e a Prefeitura de Currais Novos.
A expectativa, segundo o gestor, é que a festa de Sant’Ana 2022 seja a maior já realizada no Estado. Além da feirinha, a programação, que se estenderá até dia 26 de julho, contempla atividades religiosas, sociais e culturais, como a Cavalgada, feita na sexta (15); Festa do Agricultor (18); Noite Gastronômica (21); Festival Cultural de Sant’Ana e Exposição de Arte Sacra “Chico Santeiro” na Casa da Cultura (18 a 22).
Em sua 49ª edição a Vaquejada de Currais Novos – a mais charmosa do Brasil – reuniu centenas de pessoas neste final de semana, fortalecendo a tradição e sendo prestigiada pela vaqueirama do Brasil, que disputaram R$ 120 mil em prêmios. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira prestigiou o evento tradicional no Seridó.
Durante seu mandato de presidente, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte elaborou um Projeto de Lei que reconheceu a vaquejada como elemento pertencente ao patrimônio cultural do Estado e a regulamenta como atividade esportiva. O documento também proibiu os maus tratos aos animais.
Para o deputado Ezequiel Ferreira a vaquejada é um bem de natureza imaterial que integra o patrimônio cultural do Estado, devendo, por isso, ser protegida para as atuais e futuras gerações, além de constituir-se em atividade esportiva.
Ano passado, houve sanção da governadora Fátima Bezerra (PT) à Lei que institui o Passaporte Equestre para trânsito de equinos, asininos e muares no Estado. A nova legislação é de autoria do deputado Ezequiel Ferreira. “O Projeto foi elaborado a partir de uma reunião entre os vaqueiros e representantes da atividade com os deputados estaduais”, disse o deputado.
É com o coração cheio de alegria e gratidão que finalizamos mais um grande evento em Currais Novos, com o padrão Prime Eventos. Os shows da 49ª Vaquejada de Currais Novos entraram para a história e fica a sensação de dever cumprido.
A princesa do Seridó mostra porque é conhecida como a cidade das grandes festas. Esta edição foi marcada pela excelente entrega, pela qualidade das atrações, pela organização e pela alegria contagiante do público. Foram 7 shows no palco principal, palco 360° nos intervalos para não deixar ninguém parado e mais de 10 mil pessoas passaram pela Du Rei. Isso mostra porque somos a vaquejada MAIS CHARMOSA DO BRASIL!
Agradeço ao público que lotou, em dois de eventos, a Du Rei Casa Show. Vocês deram um verdadeiro show! Aos nossos patrocinadores, que acreditam na nossa proposta, e sempre abraçam nossos audaciosos projetos. Obrigado pela confiança e muito em breve estaremos juntos novamente. Agradecer a minha equipe, que a cada dia se torna mais alinhada e com vontade de sempre fazer o melhor. Vocês me inspiram! Aos que de alguma forma se uniram com a Prime para fazer acontecer os shows da 49ª Vaquejada de Currais Novos.
A curraisnovense Luiza de Souza, mais conhecida nas redes sociais como Ilustralu, ganhou na noite da última sexta-feira (15) o prêmio de Melhor Quadrinho, no CCXP Awards. O evento reuniu estrelas da cultura nacional e convidados da indústria do entretenimento em São Paulo. Além da premiação, Ilustralu ainda foi indicada para outras quatro categorias: Melhor Quadrinista, Melhor Álbum, Melhor Roteirista e Melhor Colorista.
Em seu discurso, a autora explicou que Arlindo é uma história universal, uma obra para todos aqueles que amam pessoas. “Arlindo é uma carta de amor para todo mundo. Para todo mundo que a gente foi, para todo mundo que a gente é e para todo mundo que a gente ama”, afirmou emocionada.
A HQ conta a história de Arlindo Júnior, um adolescente Currais-novense que está vivendo todos os dramas, aventuras e descobertas que um jovem de 15 anos pode viver. A história fala sobre amizades, primeiros amores, inseguranças e sobre não se sentir pertencente ao lugar onde se está. A dor e a delícia de ser um adolescente “diferente” no interior potiguar dos anos 2000 conseguiu tocar gente de todo o Brasil, tornando-se um fenômeno que atravessou fronteiras.
Além da IlustraLu, outras grandes estrelas e criadores de conteúdo do Brasil foram premiados, como por exemplo Seu Jorge, vencedor da categoria melhor ator com seu trabalho no filme Marighella, Mano Brown, vencedor da categoria de melhor podcast com o Mano a Mano, entre outros.
O Rio Grande do Norte abriu 22.673 novas empresas entre janeiro e junho de 2022, segundo dados do levantamento Painel Mapa de Empresas, produzido pelo Ministério da Economia. O estado potiguar acabou ficando na sexta posição da região Nordeste e o 19º do Brasil.O ramo dos cabeleireiros, manicures e pedicure aparece em segundo lugar, com 799 mil negócios ativos em todo o País. Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil
Na região Nordeste, os estados que mais abriram empresas no primeiro semestre do ano foram, nesta ordem, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Maranhão. O estudo mostra que, nos seis primeiros meses de 2022, 10.858 empresas foram extintas no Rio Grande do Norte, o que garantiu ao Estado um saldo positivo de 15.541 empresas no período. O Empresário Individual é a natureza jurídica predominante no Rio Grande do Norte, com 196,2 mil registros, dos quais 22,9 mil foram feitos em 2022.
Segundo o Painel, São Paulo lidera entre os estados com maior número de empresas ativas, com mais de 5,6 milhões, e também foi o que registrou o maior número de empresas abertas no primeiro semestre de 2022: mais de 596 mil.
Ele é seguido por Minas Gerais, com 2,10 milhões de empresas ativas no total e mais de 212 mil empresas abertas entre janeiro e junho deste ano, e, na sequência, aparecem Rio de Janeiro (1,75 milhão/168 mil em 2022), Paraná (1,42 milhão/ 140 mil em 2022), Rio Grande do Sul (1,3 milhão/120 mil em 2022), Santa Catarina (1 milhão/109 mil em 2022), Bahia (971 mil/100 mil em 2022), Goiás (716 mil/79.595 em 2022), Ceará (564 mil/57 mil em 2022), Pernambuco (556 mil/56 mil em 2022), Espírito Santo (440 mil/42 mil em 2022), Pará (390 mil/43 mil em 2022), Mato Grosso (378 mil/43 mil em 2022), Distrito Federal (346 mil/38 mil em 2022), Mato Grosso do Sul (274 mil/27 mil em 2022), Maranhão (260 mil/26,1 mil), Paraíba (250 mil/26 mil em 2022) e Amazonas (195 mil/23 mil em 2022).
O levantamento também aponta que em todo o País foram abertas mais de 2 milhões de empresas neste primeiro semestre. Já o número de empresas extintas no mesmo período em todo o Brasil foi de cerca de 830 mil, o que gerou um saldo positivo de 1,19 milhão de empresas nos seis primeiros meses do ano. O País conta atualmente com mais de 19,61 milhões de empresas ativas e o estudo mostra que o tempo médio de abertura de uma nova empresa no Brasil entre janeiro e junho de 2022 é de um dia e 18 horas e o tempo de registro de empresas é de um dia e 1 hora.
No primeiro semestre de 2022, o Estado que registrou o menor número de empresas abertas foi o Amapá: 3.975. Já os estados com os menores números de empresas ativas no total são Roraima (32.851), Amapá (37.983) e Acre (39.688). Já no que diz respeito à natureza jurídica das empresas no Brasil, o empresário individual é disparado a modalidade mais numerosa, com mais de 13,77 milhões de empresas. Depois aparecem a Sociedade Limitada (4,68 milhões), a Empresa Individual de Sociedade Limitada – EIRELI (880 mil) e a Sociedade Anônima (178 mil). O Consórcio Simples é a natureza jurídica menos praticada no país, com apenas 10 registros.
Na divisão por atividade econômica, o Comércio Varejista de Artigos do Vestuário e Acessórios é o mais numeroso no Brasil, com mais de 1,06 milhão de empresas ativas. O ramo dos cabeleireiros, manicures e pedicure aparece em segundo lugar, com 799 mil, seguido do ramo de promoção de vendas (539 mil), obras de alvenaria (512 mil), comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns (461 mil), lanchonetes, casas de chá, sucos e similares (436 mil) e restaurantes e similares (388 mil).
A curiosidade é que, na ponta oposta, algumas atividades econômicas aparecem no Brasil com apenas uma empresa ativa. É o caso dos segmentos de pesca de crustáceos e moluscos em água doce, fabricação de veículos militares de combate, cultivo de juta, criação de escargô, criação de bicho-da-seda, comércio atacadista de coelhos e outros pequenos animais vivos para alimentação.
O número de casos de hepatites virais no Rio Grande do Norte, registrou um aumento de 36,9%. Os dados, são do novo boletim epidemiológico das hepatites divulgado nesta sexta-feira (15), pela Secretaria de Estado da Saúde Pública.
De acordo com a SESAP, de janeiro a abril de 2022 foram notificados 52 casos de hepatites virais no estado. Em 2021 foram 38 notificações.
O documento apresenta os dados da última década e aponta que entre 2011 e 2021 o estado apresentou 2.572 casos confirmados de hepatites virais, sendo 741 de hepatite A, 678 de hepatite B, 1.135 de hepatite C e 18 casos com mais de uma causa ou origem.
Nesse período houve uma redução de 97,6% na identificação de casos de hepatite A e de 36,6% nos casos de hepatite B. Já a hepatite C teve crescimento de 13,4% no registro de casos.
Julho Amarelo
A Sesap também emitiu uma nota de mobilização com relação ao Julho Amarelo. O documento traz orientações com relação à realização de testes, tratamentos e cuidados necessários.
A campanha Julho Amarelo foi instituída no Brasil em 2019 com objetivo de reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Os sintomas podem aparecer na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, causadas por diferentes vírus que provocam alterações no fígado. No Brasil, as mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Geralmente, as pessoas não apresentam sintomas e desconhecem ter a infecção, tornando-se portadoras dos vírus B ou C. O avanço da infecção pode causar danos mais graves ao fígado, como a cirrose e o câncer.
A transmissão acontece pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos; pela relação sexual desprotegida; pelo contato com sangue contaminado, da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, esta última considerada rara.
Centrais sindicais, movimentos sociais e trabalhadores da educação realizaram na tarde desta sexta-feira (15) um ato em defesa da educação na Avenida Senador Salgado Filho, umas das principais de Natal. Diante disso, o sentido da pista do Centro para a Zona Sul da cidade precisou ser interditado.
Os manifestantes se reuniram inicialmente em frente ao shopping Midway Mall, no cruzamento com a Avenida Nevaldo Rocha. Em seguida, após 16h, começaram a caminhar pela Avenida Senador Salgado Filho. O destino final foi a praça de Mirassol.
O sentido contrário da pista continou com o tráfego de veículos normal.
Uma das faixas carregadas pelos manifestantes trazia a seguinte escrita: “Educação pública e popular se constrói com democracia e participação social: nenhum direito a menos e em defesa do legado de Paulo Freire”, com o símbolo da Conferência Nacional Popular da Educação (Conape).Manifestação aconteceu na tarde desta sexta-feira (15) — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
A etapa nacional da Conape acontece entre esta sexta-feira (15) e o domingo (17) no Centro de Convenções, em Natal, o que motivou a manifestação.
Os manifestantes.também relembraram o centenário de Paulo Freire, comemorado em setembro de 2021, e promoveram manifestações artísticas durante a caminhada.
Diante da manifestação viaturas da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e da Secretaria de Mobilidade Urbana acompanharam a caminhada e promoveram desvios no percurso dos motoristas que seguiam em direção à Zona Sul de Natal.
Caracterizado por alterações no neurodesenvolvimento, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição cuja prevalência tem aumentado progressivamente ao longo dos anos. De acordo com o relatório de 2021 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, cujos dados também são utilizados por profissionais brasileiros diante da carência de dados nacionais sobre a condição, uma a cada 44 crianças até 8 anos de idade é diagnosticada com autismo. Apesar de apresentar alguns sinais característicos, pesquisadores e profissionais da saúde ainda buscam entender de forma aprofundada as causas dessas alterações e suas diferentes manifestações. Pesquisadores do Instituto Santos Dumont (ISD), em Macaíba, no Rio Grande do Norte, deram um passo para ajudar na compreensão da manifestação do autismo a partir da análise de células do cérebro.
Estudos conduzidos pela Universidade da Califórnia publicados em 2011 constataram que a curva de crescimento cerebral de pessoas com autismo em fases iniciais da vida difere daquelas sem a condição, com tendência que crianças com TEA apresentem um cérebro e uma quantidade de neurônios maiores durante os primeiros anos da infância.
A partir da análise de imagens do cérebro de 22 crianças, das quais 11 tinham diagnóstico de autismo e 11 não possuíam a condição, disponibilizada pelo Allen Institute for Brain Sciences, a neuroengenheira e psicóloga Lívia Nascimento buscou investigar como esses diferentes cérebros manifestavam características a nível celular em uma área específica, cujas funções estão associadas à atividades que podem ser afetadas em pessoas com TEA, como a comunicação e as interações sociais, chamada de córtex pré-frontal dorsolateral.
As análises, publicadas no formato de artigo na revista científica Journal of Autism and Developmental Disorders (“Periódico sobre Autismo e Transtornos do Desenvolvimento”, em tradução livre), revelaram alterações importantes, que se somam às descobertas recentes na busca de melhor compreender o cérebro da pessoa autista. “Já há na literatura uma ideia se formando sobre o autismo, que fala sobre um maior crescimento cerebral durante a infância, que seria acompanhado de uma presença maior também de neurônios nesses indivíduos”, explica Lívia Nascimento.