O papa Francisco voltou a comentar sobre a preservação do meio ambiente. Em carta divulgada nesta quinta-feira (21), o pontífice classificou as mudanças climáticas extremas como um “grito amargo” da Terra, que vem sofrendo com a destruição de vegetação e o aumento das emissões de gases de efeito estufa.
Na mensagem, dirigida aos participantes da Conferência “Resiliência de Pessoas e Ecossistemas sob Estresse Climático”, organizada pela Pontifícia Academia das Ciências no Vaticano, Francisco pediu aos líderes mundiais que atuem “com urgência e ofereçam respostas eficazes à crise ecológica sem precedentes” que ameaça a vida no planeta.
O papa lembrou que o fenômeno das mudanças climáticas se tornou uma emergência que não permanece mais à margem da sociedade e assumiu um papel central afetando a família humana, “especialmente os pobres e aqueles que vivem nas periferias econômicas do mundo”.
Ele também ressaltou que enfrentar os riscos climáticos requer uma abordagem multidimensional para proteger tanto os indivíduos quanto o planeta, e que isso implica uma conversão ecológica baseada na gratidão, na comunhão universal e na solidariedade.
Francisco indicou ainda que é fundamental o acesso à energia limpa e à água potável, o apoio aos agricultores de todo o mundo, para que passem para uma agricultura resiliente, e a redução das emissões por parte das nações economicamente favorecidas.
O papa já havia se manifestado sobre a questão ambiental em outras ocasiões, como na encíclica Laudato Si’, de 2015, na qual denunciou a “cultura do descarte” e o “consumismo desenfreado” que geram danos irreversíveis à natureza.
Em outubro deste ano, ele também enviou uma mensagem aos participantes da COP26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, realizada em Glasgow, na Escócia. Na ocasião, ele afirmou que “o tempo está se esgotando” para salvar o planeta e que era preciso “uma mudança decisiva no atual modelo de consumo e produção”.
Reuters