“Para desenhar uma política para as mulheres nos ouvir é o caminho mais urgente. Venho da comunidade do Amarelão. Indígena, mulher. E hoje estou aqui para dar força a essa caminhada que ainda é longa e precisa de todas nós”. A fala é de Maria Soares, representante do Movimento Social de Mulheres, Liderança indígena no contexto urbano de Natal. Assim como a voz de Maria, várias mulheres foram ouvidas com cuidado e respeito, nas oito regionais de saúde, durante as cirandas da saúde da Mulher, realizadas pela Sesap em parceria com outras secretarias para que na construção da Política Estadual de Atenção Integral à Saúde das Mulheres do RN, estivessem contempladas as diferentes vozes femininas com aprovação popular.
Lançado na manhã desta quarta-feira (19), em, o documento traça um retrato diagnóstico da saúde da Mulher no Rio Grande do Norte. Que já conta com avanços como a inauguração do Hospital da Mulher, o plano de redução de mortalidade materna, o acesso mais rápido ao diagnóstico oncológico, entre outros.
O evento foi promovido pela Sesap, por meio da Coordenadoria de Atenção à Saúde/CAS, Subcoordenadoria de Atenção Primária à Saúde e Ações Programáticas/SAPS, Núcleo Ciclos de Vida/Área Técnica Saúde da Mulher.
Participaram gestores, coordenadores municipais da Atenção Primária à Saúde (APS) e da Saúde da Mulher, profissionais de saúde e áreas afins envolvidos na atenção à saúde das mulheres do RN.
Construção Coletiva
A Política foi construída de forma articulada e coletiva, com a colaboração das áreas técnicas das coordenações da Sesap, da Diretoria de Políticas Intersetoriais e Promoção à Saúde – DPIPS, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde – CVS, da Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos – SEMJIDH e demais parceiros.
Considerando as especificidades populacionais e a importância da participação popular de todos os grupos de mulheres, foram realizadas cirandas regionais com a temática “As Vozes das Mulheres Potiguares na Construção das Políticas de Equidade em Saúde”, em parceria com a DPIPS, CVS, Regionais de Saúde, SEMJIDH, coletivos de mulheres e Conselho Estadual de Saúde.
As cirandas aconteceram em todas as regiões de saúde do RN, por meio de rodas de conversa e discussões, promovendo escuta qualificada a partir da realidade dos grupos específicos de mulheres: ciganas, indígenas, negras e quilombolas, mulheres de matriz africana, mulheres em situação de rua, mulheres dos campos, águas e florestas (marisqueiras, pescadoras artesanais, agricultoras), refugiadas, apátridas, migrantes, LBTI+ e mulheres com deficiência.
A implementação da Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da Mulher do RN será efetivada pelos gestores do SUS em nível estadual e municipal, em articulação com o ente federal, buscando desenvolver ações relacionadas aos objetivos da Política e implementar as estratégias prioritárias, de acordo com suas competências e responsabilidades específicas.