Representantes da ABPIP, dos produtores independentes e do MME em debate no Mossoró Oil e Gás. Foto: Luciano Lellys
A indústria onshore (produção de petróleo e gás em terra) brasileira, especialmente na Bacia Potiguar, deve testemunhar, nos próximos cinco anos, o período de maior crescimento dentro do novo ciclo de retomada do segmento, com expectativa de produção em torno de 100 mil barris de petróleo ao dia. As perspectivas são reflexo do vasto potencial de exploração da bacia sedimentar do Rio Grande do Norte e de investimentos bilionários previstos para o setor por parte das operadoras independentes que assumiram os ativos antes operados pela Petrobras no Estado.
O cenário positivo foi retratado no painel “Onshore: Caminhos para um marco regulatório”, na Arena Petróleo e Gás, do Mossoró Oil e Gas Expo. O evento realizado pelo Sebrae Rio Grande do Norte em parceria com a Redepetro RN, prossegue até esta quinta-feira (7), no Expocenter, em Mossoró. De acordo com o diretor Executivo da Associação Brasileira de Produtores Independentes (ABPIP), Anabal Santos, apenas 5% da bacia sedimentar potiguar – com vasto potencial exploratório – passou por alguma forma de exploração. Isso, segundo ele, refletirá no aumento da produção nos próximos anos.
“Não conseguimos enxergar declínio na produção. Muito pelo contrário. Os próximos cinco anos serão ainda mais crescentes em termos de produção. Teremos muitos investimentos na exploração e produção. A bacia sedimentar aqui do estado tem cerca de 95% a ser explorada e o estado está indo muito bem quando se trata de oferta permanente. Teremos nesse período resultados exuberantes”, pontua Anabal Santos.
Após o ingresso dos produtores independentes nas operações, o Rio Grande do Norte voltou a figurar como principal produtor de petróleo em terra do país, e representa, atualmente, 40% da produção nacional do produto. São cerca de 37 mil barris de óleo equivalente produzidos diariamente.
Segundo o representante do Ministério de Minas e Energia (MME), Guilherme Eduardo Zerbinatti, a perspectiva é de que, nos próximos anos, sejam investidos, aproximadamente, R$ 9 bilhões em ativos de petróleo e gás no Rio Grande do Norte. “Com as medidas do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de estímulo ao desenvolvimento e produção de campos e acumulações de petróleo e gás natural, que apresentam economicidade marginal, a expectativa é de investimentos maiores, para a consolidação de um ambiente de negócios favorável aos investimentos no Brasil”, disse.
Dos R$ 9 bilhões previstos, R$ 7 bilhões serão investidos pela operadora 3R Petroleum. A companhia já opera o Polo Macau, o Polo Areia Branca e assumirá no início de 2023 o Polo Potiguar. O CEO da operadora, Ricardo Savini, também participou do painel e destacou a importância do marco regulatório do setor para os investimentos e geração de novas oportunidades no onshore brasileiro. “O marco regulatório é a grande revolução do onshore brasileiro. A partir das novas regras estabelecidas, apostamos e estamos investindo na retomada do onshore aqui no estado, revitalizando poços maduros, planejando perfuração de novos poços e prevendo alcançar uma produção de 100 mil barris ao dia nos próximos anos”, ressaltou.