Alerta

RN teve saldo de 2.500 empresas abertas em 2020, apesar da pandemia

Na pandemia, com as medidas de restrição de circulação de pessoas, os negócios também ficaram restritos e sofreram para se manter – Foto: Adriano Abreu

Apesar dos efeitos que a pandemia da covid-19 trouxe para a economia de todo o país e do mundo, o saldo entre abertura e fechamento de empresas no ano de 2020 no Rio Grande do Norte se manteve positivo em torno de 2.500, segundo o Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE divulgado nesta sexta-feira (11). Nessa conta não entram os Microempreendedores Individuais. (MEIs). Foi o segundo ano de saldo positivo desde 2018, quando a quantidade de unidades locais de empresas diminuiu em 561 unidades.

Devido as medidas de restrição de circulação de pessoas para impedir a propagação do coronavírus, os negócios também ficaram restritos e sofreram para se manter, assim como era esperada uma queda na quantidade de aberturas e uma elevação no número de empreendimentos fechando as portas por não conseguirem se manter.


Entraram em atividade 11 mil, sendo a maior parte (8,9 mil) empresas nascidas e 2,1 mil, reentradas. No total, saíram do mercado 8,6 mil (14,6%) firmas.

A taxa de entrada de novas empresas, ou seja, a razão entre o número de entrada de empresas e a população de empresas no ano de referência de fato reduziu. Passou de 21,7% em 2019 para 19% em 2020. Mas, diferente do esperado, o IBGE também constatou queda na taxa de saída (razão entre o número de saída de empresas e a população de empresas no ano de referência), caindo de 17,1% para 14,6%, a foi a menor desde 2008, início da série histórica.


“Dessa forma, espera-se que os efeitos da pandemia sejam melhor percebidos nas próximas pesquisas. Vale observar que, a partir de 2019, a pesquisa sofreu uma alteração metodológica na forma como se define ‘organizações ativas’, em razão do novo sistema de registro adotado pelo governo federal (substituição gradual das informações provenientes da RAIS e do CAGED pelos registros do eSocial)”, informou o IBGE.No ano em que a pandemia foi decretada havia 58 mil unidades locais ativas que empregavam 364,5 mil pessoas assalariadas. Os salários e outras remunerações pagos totalizaram R$ 8 bilhões, com uma média mensal de R$ 1.697,46 por trabalhador. No ranking dos estados, o RN tem o terceiro menor salário das unidades locais entrantes, atrás somente do Piauí (R$ 1.1179,88) e do Amapá (R$1.213,96). 


O setor do “comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas” foi o que mais contribuiu para o saldo positivo de empresas no estado com saldo de 1,4 mil empreendimentos, seguido pelas “atividades profissionais, científicas e técnicas” (293) e “saúde humana e serviços” (277). Por outro lado, o comércio também foi um dos setores que mais perdeu pessoal frente ao ano anterior: menos 3,5 mil, ficando atrás apenas de “alojamento e alimentação”, que perdeu 4,7 mil trabalhadores.


As empresas de alto crescimento reduziram em 2,5% em 2020, fechando em 703 unidades, o que representa 7,2% do total de unidades locais no Rio Grande do Norte, próximo à média do Nordeste, que é de 7,3%. Em 2019, essa marca havia sido de 721, com alta de 5,72% em relação a 2018.


Empresas de alto crescimento são as que têm crescimento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ano, por um período de três anos, e têm 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial da observação. O Rio Grande do Norte abarca 1,2% das unidades locais das empresas de alto crescimento e responde por 0,83% do pessoal assalariado nesse tipo de empresa, apesar de sua população corresponder a 1,7% do total do país.


Sobreviventes

Dos 58 mil negócios em atividade em 2020, 47 mil são sobreviventes, ou seja, já estavam em atividade em 2019. Isso representa uma taxa de sobrevivência de 81%, levemente menor do que as taxas do Nordeste (81,9%) e do país (83,1%). 


Dos 365 mil trabalhadores dessas empresas, 96,8% (353 mil) eram contratados das sobreviventes, taxa similar à nacional, que é de 96%. No geral, as empresas sobreviventes possuem maior porte e pagam salários mais elevados, o que pode contribuir para atraírem mais profissionais com ensino superior. 


A remuneração média das unidades sobreviventes do estado ficou em R$ 1.706,53, enquanto a das que abriram ou reabriram foi R$ 1.215,88. Nacionalmente, o salário médio das unidades sobreviventes é de R$ 2.583,38 contra R$ 1.649,87 das entrantes. No Nordeste, as sobreviventes pagam, em média, R$ 1.824,97, frente a R$ 1.360,78 das entrantes.


Em 2020, dentre as unidades da federação, o RN é o estado com o terceiro menor salário das unidades locais entrantes, atrás somente do Piauí (R$ 1.1179,88) e do Amapá (R$1.213,96). 


PanoramaDados do Cadastro Central de Empresas (Cempre)
Saldo de empresas no Estado 2020:  2.500
Taxa de sobrevivência: 81%
Total de empresas em 2020: 58 mil (47 mil sobreviventes)
Total de empregados assalariados: 364,5 mil

Tribuna do Norte