Saúde

Seminário discute ações de combate à sífilis no RN

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A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) promoveu nesta quinta-feira (27) o II Seminário Estadual sobre a Sífilis no Rio Grande do Norte: Combatendo a infecção e fortalecendo as Redes de Atenção à Saúde. Com o tema “Não se engane: a sífilis avança em silêncio”, o evento reuniu no Centro Municipal de Referência em Educação (Cemure) diferentes esferas da saúde pública potiguar para debater estratégias de enfrentamento à doença.

Presente na abertura do evento o secretário de Estado da Saúde Pública, Cipriano Maia, falou sobre a importância do encontro organizado pelo Programa Estadual IST/Aids e Hepatites Virais.

Durante o seminário foram realizadas palestras, discussões e mesa de debates sobre temas como sífilis na gestante, sífilis congênita, desmistificação do uso ambulatorial da penicilina, além de estratégias para modificar o quadro epidemiológico atual da sífilis no RN. Para Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap, é preciso reafirmar a importância da descentralização das ações através das regionais de saúde.

A doença

A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, causada pela Treponema pallidum, que pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas irreversíveis, em longo prazo, quando não tratada precocemente. É transmitida predominantemente por via sexual e vertical (da mãe para o bebê durante a gestação). A transmissão sexual pode ser evitada com o uso de camisinha masculina ou feminina e a transmissão vertical é passível de prevenção quando a gestante infectada é tratada adequadamente.

Durante o seminário, a coordenadora do programa de IST/Aids e Hepatites Virais, Gislainhy Pires, chamou a atenção para o número crescente de casos no estado e no Brasil e a necessidade de multiplicar as ações de combate à este vírus silencioso. “Precisamos unir forças em todas as frentes para que os indicadores melhorem. O seminário tem esse papel, de unir, discutir e combater a sífilis”, disse.

Números

O RN, entre 2011 e 2021, apresentou 11.340 casos confirmados de sífilis adquirida, 5.572 de casos de sífilis na gestação e 4.729 casos de sífilis congênita. Em 10 anos, a taxa de incidência de sífilis congênita aumentou 2,7 vezes (de 5,2 para 14,0 casos por mil nascidos vivos); a taxa de detecção de sífilis em gestantes cresceu 6,9 vezes (de 3,9 para 27,0 casos por mil nascidos vivos) e a taxa de detecção de sífilis adquirida elevou-se 12,6 vezes, passando de 5,1 para 64,5 casos por 100 mil habitantes. No estado, entre 2011 e 2021, foram declarados, no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), um total de 40 óbitos por sífilis em crianças menores de 1 ano.