Teve início, nesta semana, o seminário internacional para discutir a importância do funcionamento da Atenção Básica para o Sistema Único de Saúde (SUS) sob os aspectos da atenção básica, educação popular em saúde, práticas populares e (re)existências sociais.
Com o título de “Atenção Básica e as (Re)existências na Pandemia”, o evento, online segue até 4 de setembro e é promovido por educadores e acadêmicos da área da saúde do Rio Grande do Norte. As palestras e minicursos acontecem no Youtube, através do link
Um dos palestrantes será o sanitarista Ricardo Burg Ceccim, referência nacional na área de educação em saúde, professor titular na área de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O professor trabalha desde 2005 com o diretório de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), chamado “Educação e Ensino da Saúde”, e abordará no seminário o tema da Educação na Saúde. Nesse contexto, o pesquisador destacou dois processos de mudança vivenciados na atualidade: o primeiro ocorre na área do ensino e o segundo, na área da atenção à saúde. Ambos se referem à inversão da perspectiva centrada no médico e no hospital.
Para ele “quanto mais fraca e insuficiente é a atenção básica, muito menor a proteção da saúde. Não temos dúvida de que para proteger a saúde, alterar quadros coletivos de saúde, como a pandemia, e melhorar a qualidade de vida é preciso fortalecer a atenção básica. De forma nenhuma, o hospital seria capaz de dar conta da saúde em seu conceito mais amplo, expressando os modos de viver, que dependem de apoio e produção de saúde”, enfatizou
Além disso, o pesquisador destaca, entre outros conceitos, a importância da educação permanente em saúde, a qual significa que o processo de aprendizado na saúde se dá no contato direto com as pessoas, com as comunidades, em sintonia com as diversas linguagens dos movimentos sociais.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da subcoordenadoria de Informação, Educação e Comunicação (Siec), tem uma participação especial na condução do eixo “Artesanário Popular”, um espaço de debate sobre como os saberes populares, os conhecimentos científicos e as culturas locais são importantes no contexto da atenção básica à saúde. “No processo dialógico do ensino em saúde e na relação com nossas populações, respeitando suas diversidades e especificidades”, como explica a subcoordenadora da Siec, Paula Érica.
Ela explica a importância da discussão das (re) existências na pandemia da covid-19. “É através da educação popular que os territórios estão se protegendo, se fortalecendo e criando mecanismos de sobrevivência e de proteção. Ela é dos caminhos mais potentes de prevenção da Covid-19 nos territórios por que alcança verdadeiramente e igualitariamente nossas populações, respeitando, sobretudo, os seus saberes”, finaliza.PandemiaSistema Único de Saúde – SUS