A empresa potiguar Orby conseguiu um feito inédito para o Estado do Rio Grande do Norte. Pela primeira vez uma startup conseguiu vencer, no último dia 31, o prêmio HackBrazil 2023, em Boston, no estado de Massachussets, na costa Leste dos Estados Unidos.
O evento é voltado para área de saúde e consiste em criar soluções em meio aos problemas que o setor passa no Brasil e no mundo.
A empresa brasileira foi a melhor porque conseguiu criar um produto chamado: Audionics, um aparelho de amplificação sonora audiovisual (AASI), que, por meio de inteligência artificial aplicado no aplicativo mobile, regula o som que vem do ambiente para o ouvido das pessoas que sofrem esse tipo de deficiência, evitando, assim, ruídos e uma maior poluição sonora.
O projeto conseguiu, com o prêmio, ganhar 75 mil reais para o desenvolvimento e finalização do produto, que deve ir para o mercado até o segundo semestre. Duda Franklin, CEO da empresa Orby, explicou como foi a criação dessa ideia que promete ajudar pacientes com perda auditiva, estabilizando o som do ambiente, e, por consequência, diminuindo a ansiedade do paciente.
“Conectando ao aplicativo mobile, nós damos a facilidade para que a inteligência artificial ajustar os parâmetros de definição sonora de uma forma mais facilitada, com um design mais moderno, jovial e futurístico, como se fosse um fone de ouvido. Nós queremos entregar liberdade para essas pessoas que são estigmatizadas com o uso normal do aparelho auditivo”, explicou a Mestra em Neuroengenharia.
Esse detalhe importante sobre o uso desse novo aparelho auditivo foi o diferencial para que eles ganhassem o tão sonhado prêmio. Duda pontuou que o Audionics permite realizar a filtragem de ruídos em ambientes desafiadores para escuta, o que não é suportado pela maioria dos aparelhos vendidos no Brasil.
“Dessa forma, oferecendo conectividade, tratamento e clareza do som para a vida cotidiana e proporcionando uma experiência auditiva que devolve autonomia e qualidade de vida aos usuários”, reforçou.
O Audionics já está pronto, porém para os olhos do mercado estão em fase de validação tecnológicas, quando a empresa começa o período de testagens do produto aos clientes para identificar a funcionalidade dentro do cotidiano das pessoas.
A empresa conseguiu bancar o Audionics por meio de editais de fomentos e de prêmios empreendedores conquistados durante um período de sete meses, incluindo o HackBrazil. Juntando todas essas conquistas, o grupo conseguiu arrecadar cerca de 400 mil reais e espera contar com investimentos maiores da iniciativa privada ou pública para entrar no mercado de uma vez.
“Quem quiser investir nessa ideia, pode entrar em contato com a gente. A partir de um grande investimento, nós podemos acelerar o processo e o produto pode chegar no mercado o mais rápido possível”, comenta.
Outro desejo da Neurocientista é conseguir independência e conseguir sobreviver a partir das vendas do Audionics para os clientes
“É assim que estamos rodando até agora e a ideia até o final do ano é nós entrarmos no mercado de trabalho e começar a captar a partir de vendas de produtos. Com isso, vamos criando um caixa com o faturamento”, exemplifica.
Sobre a empresa
A Orby Company, startup potiguar voltada para a saúde, trabalha na área de reabilitação funcional, e faz parte da incubadora Tecnatus, ligada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A função da incubadora é acelerar o processo de entrada no mercado de trabalho prestando uma assessoria a empresas potiguares vinculadas aos segmentos da área tecnológica.
A Orby foi criada em junho de 2022, ou seja, não chegou a completar um ano. O espaço deles fica na própria Universidade. No total a startup tem oito integrantes, apenas dois
HackBrazil
A nona edição da conferência ocorreu em Boston, nos Estados Unidos, entre os dias 31/03 e 01/04 e, na última fase da Competição, cinco equipes selecionadas apresentaram seus pitches finais.
Além de uma premiação de 75 mil reais, a empresa vencedora ganhou o direito de uma viagem para Boston para participar da BC 2023 com custo zero, networking com pesquisadores, palestrantes e empresas presentes na conferência, visibilidade para sua linha de pesquisa durante a conferência e um tour guiado por Harvard e MIT realizado por estudantes brasileiros das instituições.
Tribuna do Norte