Uma linha de abastecimento de água na fronteira do sul da Faixa de Gaza com o Egito foi aberta por cerca de 3 horas para a entrada de água potável para a população, informou relatório da Agência das Nações Unidas de Assistência para Refugiados da Palestina (UNRWA). Publicado nesta terça-feira (17), o documento tem informações colhidas a partir das 18h de segunda-feira (16).
Segundo a Agência da ONU, o abastecimento durou 3 horas, sendo suficiente para apenas metade da população de Khan Yunis, estimada em quase 100 mil pessoas. “Isto não resolve as necessidades urgentes de água noutras partes de Khan Yunis, na Área Média e em Rafah. Apenas 14% da população da Faixa de Gaza se beneficiou dessa abertura da linha de água durante 3 horas”, diz o relatório.
A entidade das Nações Unidas destaca que a questão da água é fundamental para sobrevivência dos palestinos, pois as pessoas começarão a morrer sem água. “As preocupações com a desidratação e as doenças transmitidas pela água são elevadas, dado o colapso dos serviços de água e saneamento, incluindo o encerramento hoje da última central de dessalinização de água do mar em funcionamento em Gaza”, diz o informe.
Outro foco de preocupação das entidades de ajuda humanitária é quanto à escassez de combustível em Gaza. A Agência da ONU para os refugiados palestinos acrescentou que são necessários 600 mil litros de combustível por dia para operar instalações de dessalinização de água salgada, que são equipamentos que retiram o sal da água do mar.
A UNRWA também informa que os hospitais necessitam de combustível e que a previsão é que eles só durem mais 24 horas. “O encerramento dos geradores de reserva colocaria em sério risco a vida de milhares de pacientes”, diz a nota.
O documento da UNRWA acrescentou que os bombardeios seguem pesados e que as forças israelitas continuaram a atacar também Khan Yunis e outras áreas do sul, “apesar da diretriz para que as pessoas em Gaza se deslocassem para o sul”.
A ajuda humanitária da ONU segue estacionada no Egito aguardado a possibilidade de entrar na Palestina.
“A ONU tem estoques disponíveis de alimentos, água, suprimentos médicos e combustível no Egito, na Jordânia, na Cisjordânia e em Israel. Eles podem ser despachados em poucas horas. Para garantir a entrega, o nosso pessoal precisa ser capaz de transportar esses fornecimentos para Gaza e através dela com segurança e sem impedimentos”, informou no domingo (15) o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O exército de Israel matou quatro homens armados que tentavam entrar no país a partir do Líbano nesta terça-feira (17), informou um comunicado militar.
Os soldados “detectaram um esquadrão terrorista que tentava infiltrar-se através da barreira segurança com o Líbano e colocar um artefato explosivo”, disse a nota.
O exército informou, ainda, durante a madrugada que bombardeou posições do Hezbollah no território libanês.
Desde o início da guerra provocada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, os confrontos na fronteira israelense-libanesa deixaram pelo menos dez mortos do lado libanês, a maioria combatentes, além de um jornalista da agência de notícias Reuters e outros dois civis.
Do lado israelense, morreram pelo menos duas pessoas. A agência nacional de notícias nacional libanesa (NNA) informou que áreas da fronteira sofreram bombardeios “contínuos” durante a noite.
Várias casas da localidade de Dhayra foram atingidas, o que provocou vítimas, segundo a agência, que não revelou a condição de saúde dos atingidos.
“Israel utilizou bombas de fósforo e atacou civis”, afirmou a agência. A ONG Human Rights Watch acusou na semana passada Israel de utilizar este tipo de bomba contra os integrantes do Hamas em Gaza e no sul do Líbano.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa do país e líder do partido centrista de oposição (Unidade Nacional), Benny Gantz, concordaram em formar um governo de emergência, segundo comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira (11) pelo partido.
As informações são da agência de notícias Reuters. Ainda segundo esta, o comunicado diz que o premiê e Gantz concordaram em formar um gabinete de guerra integrado por ambos e o ministro da Defesa, Yoav Gallant. Desde sábado (7), Israel e o Hamas estão em guerra. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, detalhou nesta quarta-feira (11) o plano elaborado pelo Itamaraty para retirar da Faixa de Gaza os brasileiros que querem sair de lá.
O Ministério da Defesa de Israel disse que há brasileiros entre as pessoas feitas de reféns pelo Hamas em Gaza. Segundo o governo israelense, cerca de 150 pessoas foram feitas de reféns durante a invasão do Hamas neste sábado (7).
Entre as pessoas sequestradas e levadas para Gaza estão idosos, crianças e mulheres, inclusive a DJ Shani Louk que participava do festival de música Universo Paralello.
“Há (entre os reféns) norte-americanos, britânicos, franceses, alemães, italianos, brasileiros, argentinos e ucranianos”, disse o porta-voz Jonathan Conricus.
Karla Stelzer Mendes, uma brasileira que estava no festival de música eletrônica Universo Paralello, está entre as pessoas desaparecidas, no entanto não há confirmação de que ela esteja mantida refém pelo Hamas.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse, durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), que não pôde confirmar a localização de Karla e nem se há brasileiros detidos pelo Hamas.
Outros dois brasileiros desaparecidos, Bruna Valeanu e Ranani Glazer, foram encontrados mortos em Israel.
A presença de reféns em Gaza tem dificultado os esforços de Israel para retaliar os ataques do Hamas. Segundo a agência de notícias Reuters, o país estaria estudando uma ofensiva terrestre no enclave, enquanto o grupo militante ameaçou executar um refém para cada casa atingida por Israel.
Os estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido Francisco das Chagas Barbalho Neto e Roosevelt de Araújo Sales Júnior, que se encontram no país de Israel serão repatriados. Segundo informações da reitora da Ufersa, professora Ludimilla Oliveira, providencia nesse sentido já foram tomadas frente à Embaixada do Brasil naquele país.
Em ofício encaminhado a Embaixada do Brasil em Israel, a reitora argumenta que em decorrência da situação de emergência naquele país, se faz em caráter de urgência o repatriamento dos dois estudantes da Universidade, que participam de intercâmbio acadêmico em Israel. O deslocamento dos estudantes deve se feito dentro das prioridades do Itamaraty. Os estudantes já preencheram formulário após a solicitação da Universidade para o retorno deles ao Brasil.
A professora explicou que os estudantes estão no extremo sul de Israel não sendo possível no momento o deslocamento até Tel Aviv. “O momento agora é para aguardar as diligências da Embaixada do Brasil em Israel”, afirmou a professora Ludimilla Oliveira.
A reitora, que passou ou domingo em trânsito vindo de missão internacional na Espanha, afirmou que vem acompanhamento pessoalmente à situação estando em contato direto com a Embaixada. “Vamos aguardar a chegada dos aviões brasileiros em Israel e as providencias que serão tomadas para o repatriamento”, frisou. Diante das tratativas diplomáticas, a reitora acredita que a repatriação dos dois estudantes da Ufersa estará na lista de prioridades da Embaixada do Brasil no país de Israel.
Os sucessivos recordes negativos de gelo marinho na Antártida em 2023 reforçaram o alerta de pesquisadores sobre os efeitos dessas diminuições na circulação atmosférica e na formação de ciclones e chuva.
Entre as consequências possíveis estão a mudança de posição e intensidade dos ciclones, que provocam chuvas como as que atingiram o Rio Grande do Sul recentemente. Ainda, se a tendência de águas mais quentes diminuir a formação de gelo marinho, o impacto vai chegar à cadeia alimentar, com efeitos indiretos em animais de grande porte, como as baleias.
Embora não seja possível dizer qual é a parte que cabe às mudanças climáticas no degelo marinho, especialistas apontam que o aquecimento global têm participação na mudança do cenário.
O recorde negativo foi apontado em dados preliminares do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC, na sigla em inglês) no fim de setembro. Em 10 de setembro, havia 1 milhão de km² a menos de gelo marinho do que na mínima anterior, de 1986.
Para o chefe do departamento de geografia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Francisco Aquino, as mudanças podem significar, para os próximos anos, mudanças no local de formação e na intensidade de ciclones extratropicais.
“Compreendemos que um planeta mais quente, com uma Antártida com anomalia de gelo menor, intensifica algumas circulações atmosféricas e poderia aumentar eventos extremos”, afirma o climatologista, conhecido como Chico Geleira por sua pesquisa na Antártida.
Isso porque, segundo Aquino, um planeta mais quente força um contraste maior de temperatura entre a Antártida e a região subtropical. “Em alguns momentos, essa sincronia dispara ciclones com maior impacto ou ondas de frio mais intensas no Brasil. Portanto, diminuir o gelo marinho pode ser uma condição de intensificar eventos extremos no nosso hemisfério.”
Mais calor, inclusive nos oceanos, leva a um ajuste na circulação de ventos, que vai mudar a formação dos ciclones. Ainda, menos gelo para refletir a radiação solar significa que mais calor será absorvido pelos oceanos. Para Aquino, o mesmo raciocínio vale para outras regiões além do sul do Brasil, como o sul da África do Sul e a Austrália.
O crescimento de gelo na volta da Antártida, segundo Aquino, pode ter sido causado também por mudanças climáticas. “A intensificação de ciclones, com os ventos ao redor da Antártida, revolviam a água, mantendo a baixa de temperatura e uma consistência para o gelo marinho.”
Em 2015 e 2016, anos de um super El Niño, houve a maior retração de gelo no fim do inverno até então. “Foi o que chamou a atenção para estudarmos a região naquela época.”
As reduções de gelo na Antártida lembram o que aconteceu no Ártico três décadas antes. Aquino explica que o gelo no hemisfério sul não foi tão afetado quanto seu par ao norte por não haver a pressão do calor continental da Europa.
Para Ilana Wainer, professora no departamento de oceanografia física do Instituto Oceanográfico da USP, é possível relacionar a diminuição do gelo marinho com oceanos mais quentes. “Desde 2014, entre 100 e 200 metros abaixo da superfície, a água aqueceu bastante.”
Ainda não é possível, no entanto, separar totalmente o que é aquecimento global das variações que já ocorrem na região da Antártida. “Mudança climática acontece num tempo longo, e os dados de satélite para o gelo começaram em 1979”, diz.
A pesquisadora lembra que a redução do gelo marinho remete a uma preocupação já conhecida de aumento do nível do mar. “O gelo marinho funciona como amortecimento para o gelo na costa contra tempestades e marés violentas.”
Assim, com menor proteção, o manto tende a sofrer mais os efeitos de intempéries e descongelar.
Para além da circulação atmosférica e do reposicionamento de desastres, os efeitos de uma mudança drástica podem atingir uma gama diversa de vida não humana. Além de episódios como a morte de colônias inteiras de filhotes de pinguim-imperador registrada em um estudo no ano passado, há um impacto sistêmico.
Na base da cadeia alimentar da região está o krill antártico, principal fonte de alimento para focas e baleias.
“Estas variações na temperatura do oceano exercem pouca ou nenhuma influência direta em mamíferos como focas, lobos-marinhos e baleias, mas têm enorme efeito indireto”, afirma Eduardo Secchi, pesquisador do projeto Ecopelagos/Proantar, que estuda cetáceos.
O krill, um crustáceo semelhante ao camarão, se alimenta de um tipo específico de microalgas marinhas, as diatomáceas, que ficam presas ao gelo. Mudanças no estoque dessa alga podem causar a redução na quantidade do animal, chave para a cadeia alimentar na Antártida.
“Com as alterações climáticas, tem sido observado, em certas condições, o surgimento de um outro tipo de microalgas, as criptófitas”, diz Carlos Rafael Mendes, pesquisador do projeto Ecopelagos/Proantar da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
Como o krill não se alimenta de criptófitas, sua abundância declina, reduzindo a oferta de comida e energia para predadores até o topo de cadeia, como pinguins e baleias. Uma vez que muitas espécies voltam sempre às mesmas regiões, buscar alimento em outros lugares exige mais energia.
“Na região oeste da Península Antártica, uma das regiões do planeta com as maiores taxas de aquecimento, tem sido observado um deslocamento ao sul na distribuição de colônias de pinguins que dependem do gelo”, diz Secchi.
Depois de dias de negociações nos bastidores, foi confirmada a reunião bilateral entre Lula e Volodymyr Zelensky em Nova York. Os líderes de Brasil e Ucrânia vão se reunir no hotel onde Lula está hospedado, na quarta-feira (20) logo depois da bilateral entre Lula e Biden.
O governo brasileiro ofereceu alguns horários para os representantes do governo ucraniano e o martelo foi batido no começo da tarde desta segunda-feira (18).
Zelenskyy tem participação prevista na Assembleia Geral da ONU na terça-feira (19) e se reunira com líderes globais também na sede das Nações Unidas.
Nesta segunda-feira (18), Lula passa o dia no hotel Lotte em Manhattan. O líder brasileiro teve uma bilateral com o presidente da Suíça e com o ex primeiro-ministro britânico Gordon Brown.
O número de mortos na cidade costeira de Derna, na Líbia, aumentou para 11.300, informou a organização humanitária internacional Crescente Vermelho nesta semana.
Marie el-Drese, secretária-geral do grupo de ajuda, disse à Associated Press que mais de 10.100 pessoas estão desaparecidas na região varrida pela água.
Ao todo, estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido em meio às enchentes provocadas pela passagem da tempestade mediterrânea Daniel. Um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) apontou que o grande volume de chuvas resultou no rompimento de duas barragens na cidade de Derna, causando ondas que chegaram a atingir 7 metros.
O Conselho de Estado, principal tribunal administrativo da França, rejeitou o recurso apresentado pela associação Ação pelos Direitos Muçulmanos (ADM), que pedia a suspensão da proibição de abayas – túnica usada por algumas mulheres muçulmanas – nas escolas. O caso foi julgado poucos dias após o governo anunciar a implementação da medida.
Na decisão, proferida no último dia 5, o Conselho de Estado alegou que a proibição não viola as liberdades fundamentais ou provoca danos ao direito da educação. A Corte citou ainda o alto número de casos de violência nas escolas. Entre 2022 e 2023, por exemplo, houve 1.984 relatos, a grande maioria relacionada ao uso de abayas.
Em resposta, a ADM criticou o Conselho por não “proteger as liberdades fundamentais das crianças”. A entidade reforçou que a proibioção ainda não possui critérios claros, o que pode resultar em novos casos de discriminação no país, além de ocasionar traumas e assédio nos alunos, prejuidicando o acesso a educação e sucesso acadêmico.
“A ADM está consternada pelo fato de o Conselho de Estado não ter cumprido o seu papel de proteger as liberdades fundamentais das crianças, de garantir o seu acesso à educação e o respeito pela sua vida privada, sem qualquer forma de discriminação. O Conselho de Estado não teve em conta os testemunhos nem a gravidade da situação”, afirmou.
A proibição de abayas nas escolas segue a política governamental de separação entre religião e Estado. Em 2010, o país aprovou a proibição do uso em público de véus que cobrem o rosto inteiro. Seis anos antes, em 2004, o governo baniu o uso de qualquer símbolo religioso ostensivo, como o hijab, usado no islâmico, e o quipá, usado por judeus.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, surpreendeu ao publicar uma foto usando um tapa-olho preto para encobrir ferimentos no rosto após sofrer um acidente enquanto corria no fim de semana.
“Ansioso pelos memes”, publicou o chanceler no X, antigo Twitter, com uma foto dele com um tapa-olho cobrindo o olho direito e vários arranhões no rosto.
“Obrigado pelos bons votos, parece pior do que é!”, adicionou.
Segundo o porta-voz do governo, Scholz está bem, dadas as circunstâncias. “Ele estava de muito bom humor esta manhã, mas ainda parece um pouco abatido.”
Ele disse que a foto foi divulgada “para que todos possam se acostumar com a aparência dele nas próximas semanas”.
Scholz, de 65 anos, caiu enquanto corria no fim de semana e foi forçado a cancelar sua participação no início da campanha eleitoral no estado de Hesse, no oeste da Alemanha
O acidente teria ocorrido enquanto o chanceler praticava sua corrida regular, perto de sua casa em Potsdam, Berlim. Scholz tropeçou e caiu de cara no chão, segundo o tabloide alemão Bild.