Butantan inaugura nova fábrica de vacinas em São Paulo

Segundo o governo paulista, complexo deve gerar 130 empregos. Foto: Butantan

O Instituto Butantan inaugurou ontem (25) uma nova fábrica de produção de vacinas em São Paulo. O Centro de Produção Multipropósito de Vacinas do Instituto Butantan terá capacidade de produzir 100 milhões de doses por ano e foi construída com investimentos que somam R$ 189 milhões, valor que o governo paulista diz ter sido fruto de doações de 75 empresas privadas e de três pessoas físicas.

Segundo o governo paulista, a nova fábrica vai funcionar em um complexo de 11 mil metros quadrados (m²) de área construída, com dois prédios, e deverá gerar cerca de 130 empregos diretos. A produção ficará no andar térreo. Já no piso superior, serão tratadas as soluções usadas no processo. O subsolo será destinado à área de descontaminação de efluentes. Os laboratórios terão qualificação de biossegurança de nível 3 para manipulação de vírus pandêmico.

Além da CoronaVac, vacina contra a covid-19 que é produzida pelo Butantan e o laboratório chinês Sinovac, a fábrica também vai ampliar a produção atual de vacinas contra raiva, zika e hepatite A.

A previsão é de que a fábrica esteja pronta para produzir vacinas em grande escala, somente a partir do primeiro semestre do próximo ano. “Nossa expectativa é de que no ano que vem essa fábrica possa estar liberando vacinas de forma regular”, disse Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan.

Após a instalação de equipamentos e maquinários importados ao longo dos próximos meses, o complexo vai passar por novas inspeções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e testes de segurança para fabricação e certificação de vacinas.

“Nesse momento, o que se entrega é a infraestrutura física. Entregamos todas as obras com todas as utilidades já instaladas e funcionais e já com os equipamentos dentro da fábrica. A próxima fase é a instalação desses equipamentos. Esses equipamentos ligados nos sistemas de controle têm que ser colocados para funcionar. Quem faz isso é o Butantan com os produtores [fabricantes dos equipamentos], que vem do mundo inteiro. Eles [produtores] é que são os responsáveis pela certificação final. Vamos fazer isso ao longo dos próximos meses para termos no final do ano a certificação da fábrica. A fábrica deve ser toda certificada para, aí sim, começar os primeiros ensaios de produção de vacinas. É um processo muito complexo”, explicou Covas.

Protesto

Durante a apresentação da nova fábrica pelo governador de São Paulo, João Doria, dezenas de pesquisadores e cientistas do Instituto Butantan faziam um protesto no local, reclamando que estão sem reajuste desde 2011. “Se vacina boa é vacina no braço, ciência bem feita se faz com cientistas valorizados”, dizia uma faixa que os manifestantes seguravam na manifestação.

Agência Brasil



Pesquisador da UFRN integra equipe que detectou colisão de buraco negro com estrela de nêutrons pela 1ª vez

Cientistas da colaboração internacional LIGO-Virgo-KAGRA anunciaram, nesta semana, a primeira detecção de um evento astronômico de proporções épicas: a colisão de um buraco negro com uma estrela de nêutrons.

“Com essa nova descoberta de fusões de buracos negros de nêutrons fora de nossa galáxia, descobrimos o tipo de binário que faltava. Podemos finalmente começar a entender quantos desses sistemas existem, com que frequência eles se fundem e por que ainda não tínhamos visto exemplos como esse na Via Láctea”, afirma Astrid Lamberts, pesquisadora da colaboração Virgo no laboratório Artemis e Lagrange (Nice, Itália). 

A colaboração LIGO-Virgo-KAGRA, que conta com laboratórios de detecção localizados entre EUA, Itália e Japão e com a participação de centros de pesquisa de todo o planeta, detectou a primeira onda gravitacional gerada pela colisão de um buraco negro e uma estrela de nêutrons em 5 de janeiro deste ano e, dez dias depois, a segunda. Os laboratórios envolvidos detectam, na Terra, eventos de proporções cataclísmicas a partir das ondulações que resultam de colisões de objetos astronômicos.

Membro da colaboração LIGO-Virgo no Brasil, o professor Riccardo Sturani, pesquisador do Instituto Internacional de Física da UFRN, explica que essa era uma detecção esperada pelos pesquisadores, mas que o fato histórico está na primeira detecção de uma colisão desse sistema binário misto. De acordo com o físico, estrelas de nêutrons são objetos estranhos, que possuem uma massa entre uma e até três vezes maior que a do Sol, mas que estão contidos em apenas 10 km de extensão. Por isso, eles sempre atraíram a atenção de cientistas, em especial sobre a sua relação com buracos negros. “Desde 2015, quando fizemos as primeiras detecções já prevíamos esses resultados. A surpresa seria a de não o encontrarmos. Esse sistema era esperado, o grande acontecimento é que nunca observamos um sistema misto com um buraco negro e uma estrela de nêutrons”, disse.

O primeiro evento (GW200105) foi observado pelos detectores LIGO Livingston e Virgo. Ele produziu um sinal forte no detector LIGO, mas teve um pequeno sinal-ruído no detector Virgo. O outro detector LIGO, localizado em Hanford, Washington, estava temporariamente desligado. Dada a natureza das ondas gravitacionais, a equipe inferiu que o sinal era causado por um buraco negro colidindo com um objeto compacto, que possuía massa solar de 1,9 e mais tarde identificado como uma Estrela de Nêutrons. Esta fusão viajou 900 milhões de anos-luz até chegar na Terra.

O segundo evento (GW200115) foi observado pelos detectores LIGO e Virgo no dia 15 de janeiro e levou a equipe de pesquisadores a concluir que se tratava da fusão de um buraco negro com uma estrela de nêutrons de massa solar de 1,5, localizada a 1 bilhão de anos-luz do nosso planeta, distância medida com base na forma de onda detectada. Como o sinal era forte em apenas um detector, a localização da fusão no céu permanece incerta, encontrando-se em algum lugar em uma área que é 34.000 vezes o tamanho de uma lua cheia.

A partir da segunda detecção, a possibilidade de se tratar de um sistema composto por um buraco negro e uma estrela de nêutrons começou a se tornar mais real, uma vez que foi possível confirmar que os primeiros sinais não eram uma falha de equipamento ou de interpretação.

Para formar ondas gravitacionais detectáveis, os objetos que se aglutinam devem ser extremamente densos, com identidades que podem ser fixadas por suas massas. Qualquer coisa com uma massa acima de cinco massas solares só poderia ser um buraco negro e qualquer coisa menor que cerca de três massas solares deve ser uma estrela de nêutrons.

Cientistas agora podem afirmar que esses eventos são razoavelmente comuns, acontecendo regularmente em todo o Universo, mas ainda não se sabe como esses sistemas se encontram. Eles poderiam surgir a partir de objetos criados separadamente e que se encontram em aglomerados de estrelas e buracos negros ou ainda que tenham aparecido a partir de estrelas que orbitam uma a outra, com uma colapsando em um buraco negro e a outra formando uma estrela de nêutrons após esgotarem seus combustíveis.

Os detectores estão agora em um período de reparos e melhoramentos para voltarem à atividade no segundo semestre de 2022.

Com informações da UFRN



Aplicativo desenvolvido por cientistas da UFRN auxilia agricultores no gerenciamento de pragas

Um programa de computador desenvolvido por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com potencial para ajudar agricultores no gerenciamento das pragas da cochonilha-de-escama na palma forrageira do cacto, recebeu nesse mês de maio o registro definitivo de propriedade intelectual pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI).

Criado em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S.A (Emparn), o palmaS tem a funcionalidade de identificar a aplicação adequada dos produtos de proteção de acordo com a fase de infestação e o ciclo de desenvolvimento da praga.

Assim, a partir do registro e gerenciamento de histórico de observações de presença e infestação de cochonilha-de-escama, o aplicativo provê orientação personalizada ao produtor sobre o manejo integrado com base nas observações realizadas em campo. A cochonilha-de-escama, conhecida também como piolho ou mofo da palma, é uma das principais pragas que devasta a palma forrageira. Para evitar a proliferação, o produtor deve acompanhar os primeiros sinais da infestação e realizar o controle.

As informações com os nomes dos inventores do palmaS podem ser acessadas neste endereço, mesmo local em que os interessados podem visualizar um passo a passo elaborado pela equipe da Agência de Inovação (AGIR). Dúvidas adicionais podem ser solucionadas por meio dos telefones (84) 9 9167-6589 / 9 9224-0076.

Números da UFRN

Os números de registros de programas de computador são indicativos do grau de inovação de uma instituição. Nesse ponto, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte tem alcançado destaque nacional, já que em 2019 conquistou o top 5 nacional no ranking do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), instituição responsável pela concessão.

Para se ter ideia, em 2020 foram registrados 58 programas de computador, o melhor número anual da UFRN. A perspectiva é de que a instituição atinja o top 3 nacional no próximo ranking do Instituto, já que os números de 2020 superaram em mais de 40% os dados de 2019. O documento do INPI normalmente é divulgado no segundo semestre de cada ano.



Nova variante do coronavírus se espalha rapidamente pela Europa, aponta estudo

Veja os detalhes na matéria – Foto: Internet

Cientistas europeus descobriram uma nova variante do SARS-CoV-2, vírus causador da covid-19, que vem se espalhando rapidamente pela Europa desde junho e já é responsável pela maioria dos casos observados na segunda onda de infecções em alguns países do continente.

Um estudo feito por pesquisadores das Universidades de Basel (Suíça) e de Valência (Espanha) e divulgado na quarta-feira, 28, na plataforma MedRxiv, revela que a variante foi originalmente identificada em junho no país ibérico, passando, no mês seguinte, a representar 40% de todos os casos na Espanha. Hoje, ela já é responsável por 80% dos registros em território espanhol.

A disseminação teria se iniciado em um evento de agricultores no nordeste espanhol. Nos outros países europeus, a nova variante, batizada de 20A.EU1, representava, em setembro, de 40% a 70% de todas as infecções registradas na Suíça, Irlanda e Reino Unido.

Ela também era prevalente na Noruega, Holanda, França e Letônia. A nova sequência do vírus já foi identificada em 12 nações europeias, além de Hong Kong e Nova Zelândia.

Os pesquisadores ressaltam que uma das mutações encontradas no material genético da nova variante do vírus que o diferencia das versões anteriores ocorre na proteína spike, usada pelo patógeno para invadir as células humanas. Apesar disso, ainda não se sabe se essa característica torna a nova variante mais transmissível do que as demais nem se a mutação pode estar associada à rapidez atual de disseminação da doença. “Não está claro se esta variante está se espalhando por causa de uma vantagem de transmissão do vírus ou se a alta incidência na Espanha seguida de disseminação por meio de turistas é suficiente para explicar o rápido aumento em vários países”, destacam os autores no artigo.

Os cientistas alertam que, embora não haja ainda detalhes sobre maior risco associado à variante, é preciso avaliar se medidas de controle e contenção do patógeno em fronteiras estão sendo suficientes para barrar uma nova disseminação da covid. Eles acreditam que a propagação do vírus está associada ao afrouxamento das medidas de distanciamento social e de controle de entrada de visitantes. “Apesar de não haver evidências que essa variante seja mais perigosa, sua disseminação pode fornecer informações sobre a eficácia de políticas de viagens adotadas pelos países europeus durante o verão”, afirma comunicado da Universidade de Basel sobre o estudo.

Repercussão. A microbiologista Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, afirma que a pesquisa demonstra a necessidade de acompanhamento de possíveis mutações do novo coronavírus, mas destaca que ainda há mais lacunas do que respostas sobre a ação de diferentes variantes. “Para ter certeza de que tem maior transmissibilidade ou qualquer impacto clínico, seriam necessários estudos mais detalhados. Por enquanto, o que o trabalho mostra, e muito bem, é a necessidade de um sistema de monitoramento e sequenciamento para acompanharmos a evolução do vírus. Mas não tem como concluir ainda se as mutações observadas estão relacionadas com maior transmissão ou sintomas”, diz.

Para o infectologista Celso Granato, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor médico do Grupo Fleury, os dados do estudo ainda não permitem concluir se a predominância de uma nova variante em alguns países pode afetar em diagnóstico, tratamento ou até em vacinas que estão sendo desenvolvidas contra a doença.

“É um alerta importante, mas ainda não temos essas respostas. Pode ser que essa variante seja responsável pelo aumento rápido de casos visto agora, mas pode ser que seja mais uma questão epidemiológica”, afirma ele, referindo-se à possibilidade de o vírus estar se propagando com mais velocidade por causa do fim das quarentenas na maioria dos países durante o verão europeu.



Governo brasileiro confirma intenção de aderir à Covax

Por meio de nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social, do Ministério das Comunicações, disse que o Ministério da Saúde tem atuado em diversas frentes para alcançar com agilidade e segurança uma solução efetiva para a cura da covid-19

Após tratativas com a Aliança GAVI, o governo brasileiro confirmou a intenção de aderir à Covax Facility. A iniciativa inédita, co-liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visa impulsionar o desenvolvimento de vacinas para combater a pandemia de covid-19 e ajudar na produção e distribuição dos medicamentos mais eficazes assim que disponíveis. 

Por meio de nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social, do Ministério das Comunicações, disse que o Ministério da Saúde tem atuado em diversas frentes para alcançar com agilidade e segurança uma solução efetiva para a cura da covid-19. Reiterou ainda, que a aquisição de uma vacina segura e eficaz é prioridade do governo federal.



Covid-19: Universidade indica mais de 13 milhões de pessoas infectadas no mundo

Os números compilados pela Johns Hopkins são atualizados várias vezes no mesmo dia. Segundo a universidade, os dados vêm de fontes como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades de saúde de diferentes países

O mundo ultrapassou, nesta segunda-feira (13), a marca de 13 milhões de casos confirmados do novo coronavírus, de acordo com informações da Universidade Johns Hopkins, instituição norte-americana que atualiza em tempo real os dados da doença.

No final da tarde desta segunda, o painel da universidade mostrava que já há 13.006.764 infecções conhecidas em todo o planeta. Os Estados Unidos representam 25% dos casos, com 13.006.764 de casos. Na sequência, na lista dos países com mais infecções até aqui, aparecem o Brasil (1,8 milhão), a Índia (878,2 mil), a Rússia (732,5 mil) e o Peru (330,1 mil).

De acordo com a Johns Hopkins, o mundo soma no momento 570.776 mortes causadas pela Covid-19. Os Estados Unidos também são o país com mais mortes causadas pela doença (135,4 mil), seguidos por Brasil (72,1 mil), Reino Unido (44,9 mil), México (35 mil) e Itália (34,9 mil).

A universidade registra ainda 7.163.038 pessoas recuperadas do novo vírus – 1.264.843 delas no Brasil.

Os números compilados pela Johns Hopkins são atualizados várias vezes no mesmo dia. Segundo a universidade, os dados vêm de fontes como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades de saúde de diferentes países.

Aumento de casos

Os dados da Johns Hopkins mostram que os casos do novo coronavírus continuam aumentando em todo o mundo. Os primeiros casos de Covid-19 foram reportados na China entre o fim de 2019 e o começo de 2020.

O primeiro milhão de casos no mundo foi registrado em 2 de abril – portanto, mais de três meses após o início dos registros. Depois disso, porém, o crescimento se acentuou e o segundo milhão foi contabilizado já no dia 15 de abril. No mesmo mês, no dia 27, foi reportado o terceiro milhão de infectados.

Em maio, foram outras três marcas expressivas: 4 milhões de casos no dia 9, 5 milhões no dia 21 daquele mês e 6 milhões no dia 30.

O mundo passou de 7 milhões de casos de Covid-19 no dia 7 de junho e a marca de 8 milhões veio no dia 15. Uma semana depois, no dia 22, já eram 9 milhões de infectados e a barreira dos 10 milhões de casos foi rompida 6 dias depois, no dia 28 de junho.

O mês de julho viu o número de infectados passar de 11 milhões no dia 4. Quatro dias depois, no dia 8, a John Hopkins já contava 12 milhões de casos. Agora, nesta segunda (13), o planeta rompeu a marca de 13 milhões.



Pesquisadores da USP estudam vacina em spray contra Covid-19

Os pesquisadores estão usando nanopartículas para produzir uma vacina em spray contra a Covid-19

Nem agulha, nem gotinha. Uma nova forma de vacina está em desenvolvimento na Universidade de São Paulo. É uma imunização em spray, basta um pequeno jato nas narinas e pronto. Sem dor, sem gostinho azedo na língua. Não é só um jeito mais cômodo de ser imunizado.

Os pesquisadores estão usando nanopartículas para produzir uma vacina em spray contra a Covid-19. É o que explica o cientista Marco Antônio Stéfano, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas.



Universidade pública brasileira relata ter eliminado HIV de paciente soropositivo

O brasileiro de 34 anos, que foi diagnosticado com HIV em outubro de 2012, foi tratado com uma base de terapia antirretroviral que foi reforçada com outros antirretrovirais e ainda um medicamento chamado nicotinamida, uma forma de vitamina B3

O primeiro caso de um homem soropositivo que entrou em remissão de longo prazo depois de ser tratado durante menos de um ano com um coquetel intensificado de vários remédios contra Aids aumentou nesta terça-feira a esperança de uma cura futura da doença. Os resultados foram divulgados na última semana por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na AIDS 2020, uma conferência médica anual.

O brasileiro de 34 anos, que foi diagnosticado com HIV em outubro de 2012, foi tratado com uma base de terapia antirretroviral que foi reforçada com outros antirretrovirais e ainda um medicamento chamado nicotinamida, uma forma de vitamina B3.

O tratamento intensificado foi interrompido depois de 48 semanas, disseram médicos nesta terça-feira, e 57 semanas depois o DNA de HIV em suas células e seu exame de anticorpos de HIV continuavam negativos. Desde então, seu sangue é colhido a cada três semanas. As amostras não trouxeram qualquer indício de infecção.

— Este caso é extremamente interessante, e realmente espero que possa impulsionar pesquisas adicionais para uma cura do HIV — disse Andrea Savarino, médico do Instituto de Saúde da Itália que coliderou o teste, em uma entrevista à instituição de caridade britânica NAM Aidsmap.

Ele alertou, porém, que quatro outros pacientes soropositivos tratados com o mesmo coquetel não viram efeitos positivos contra o vírus causador da Aids:

— Este resultado muito provavelmente não pode ser reproduzido. Este é um primeiro experimento (preliminar), e eu não faria previsões para além disso.”

Enquanto cientistas correm para desenvolver vacinas e tratamentos contra a Covid-19, continua a luta para encontrar uma cura para o HIV, que já infectou mais de 75 milhões de pessoas e matou quase 33 milhões desde que a epidemia de Aids começou nos anos 1980.

Pacientes que têm acesso a remédios contra Aids conseguem controlar o vírus e impedir o avanço da doença, e existem várias maneiras de impedir sua disseminação, mas hoje 38 milhões de pessoas convivem com o HIV.

As esperanças de uma cura da Aids cresceram nos últimos anos graças a dois casos de remissão em homens que são descritos por médicos especializados em HIV como “funcionalmente curados” depois de serem tratados com transplantes de medula altamente arriscados e complexos.



Fiocruz: antiviral para hepatite tem bom resultado contra a Covid-19

O daclastavir superou também a eficiência do atazanavir, um antirretroviral utilizado no tratamento de HIV que foi testado anteriormente pelos cientistas da Fiocruz

Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com medicamentos que são usados para tratar hepatite C mostrou eficácia contra o novo coronavírus, que causa a Covid-19. 

A doença já infectou mais de 9,6 milhões de pessoas no mundo e matou quase 490 mil, segundo o painel global da universidade Johns Hopkins. No Brasil, os dados de ontem (25) do Ministério da Saúde contabilizam 1.228.114 casos e 54.971 óbitos.

Em experimentos in vitro com três linhagens de células, incluindo células pulmonares humanas, o antiviral daclastavir impediu a produção de partículas virais do novo coronavírus que causam a infecção. O medicamento foi de 1,1 a 4 vezes mais eficiente do que outros remédios que estão sendo usados nos estudos clínicos da covid-19, como a cloroquina, a combinação de lopinavir e ritonavir e a ribavirina, este último também usado no tratamento de hepatite.

O daclastavir superou também a eficiência do atazanavir, um antirretroviral utilizado no tratamento de HIV que foi testado anteriormente pelos cientistas da Fiocruz. Os testes mostraram que o sofosbuvir, outro remédio para hepatite, foi menos eficiente do que o daclastavir. Ele também inibiu a replicação viral em linhagens de células humanas pulmonares e hepáticas, mas não apresentou efeito em células Vero, derivadas de rim de macaco e muito utilizadas em estudos de virologia.



Brasil é o que menos testa entre os 10 países com mais casos de Coronavírus

Brasil realizou 423,4 mil testes para uma população de 212 milhões de habitantes: um exame a cada 502 pessoas. Nesse caso, os dados se referem ao dia 20 de maio

O Brasil é o país que menos testa a sua população para o coronavírus entre os 10 Estados com mais ocorrências confirmadas. Além disso, se a métrica for a de exames por caso diagnosticado, apenas o Peru está pior do que o Brasil em um grupo de 46 países que divulgaram informações sobre o assunto recentemente.

Os números foram compilados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, de duas fontes diferentes: o Ministério da Saúde e o OurWorldInData, projeto de pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que divulga material do mundo todo sobre diversos assuntos, entre eles a Covid-19. Neste caso, a fonte do site foi a Universidade John Hopkins, dos EUA.

Os 10 países com a maior quantidade de infectados por coronavírus são Estados Unidos, Rússia, Brasil, Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha, Turquia, França e Irã. O Brasil realizou 423,4 mil testes para uma população de 212 milhões de habitantes: um exame a cada 502 pessoas. Nesse caso, os dados se referem ao dia 20 de maio.

Em um distante segundo lugar está o Irã, com 716,2 mil testes para 84 milhões de habitantes, o que significa um exame para cada 117 indivíduos. As informações do país persa são do dia 19 de maio. Já o terceiro lugar é da França, que realizou uma análise para cada 78 franceses. Os dados são de 5 de maio.

O OurWorldInData traz informações recentes de testagem em 46 países. Quando a comparação é feita entre eles, o Brasil passa a ser o oitavo com a menor quantidade de exames em relação à população. Na frente do Brasil, estão Nigéria, Indonésia, Etiópia, Quênia, Índia, Paquistão e Senegal.

Confrontar o número de casos com a porção de exames realizados é outro modo de avaliar a testagem de cada país. Se o esforço para saber o diagnóstico for maciço, a tendência é que sejam necessários mais testes. Se a política for analisar apenas pessoas com sintomas graves, a situação é inversa. Nessa comparação, apenas um país está pior do que o Brasil: o Peru. A nação andina tem 1,09 teste para cada caso confirmado. Já no Brasil, a relação é de 1,56 exame para cada infecção detectada.

Metrópoles